Secretário de Estado anuncia apoios para produtores afetados pelos incêndios

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O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação anunciou hoje (18 de outubro) em Madrid, à margem da visita ao stand da Portugal Fresh na Fruit Attraction, que o Governo está a “fazer o levantamento dos prejuízos para dar ajuda aos produtores afetados pelos incêndios” deste fim de semana, no prazo “máximo de duas semanas”.

Luís Medeiros Vieira afirmou que os apoios serão dirigidos “a dar ajuda imediata para a alimentação animal durante este período em que não é possível alimentar os animais nas zonas em que houve incêndios” e será também criada “uma linha de apoio ao investimento que permita repor a produção” ou seja, para “equipamentos, alfaias agrícolas, armazéns e culturas permanentes”.

O governante salientou que apesar de ainda estar a ser feita a avaliação, “sabemos que os prejuízos são elevados no setor agrícola, principalmente na pecuária de pequenos e grandes ruminantes, mas também na avicultura”.

Nesta altura, estão já no terreno técnicos da Direção-Geral da Alimentação e Veterinária, a trabalhar em conjunto com as Câmaras Municipais e médicos veterinários “para enterrar ou recolher os cadáveres dos animais mortos nos fogos”, disse ainda o secretário de Estado da Agricultura.

Momentos antes a ministra espanhola da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente, Isabel García Tejerina, tinha transmitido a Luís Medeiros Vieira as condolências do Governo espanhol pelas mortes provocadas pelos incêndios em Portugal, salientando que “o problema não são os meios de combate e humanos, isto é um problema de criminalidade, por isso temos de punir fortemente os incendiários”.

Um setor muito dinâmico

“A maior presença de sempre de empresas nacionais nesta importante feira mostra a dinâmica que o setor nacional das frutas, legumes e flores tem tido”, referiu o responsável adiantando: “do ano passado para este há mais 50% de expositores nacionais”. No stand da Portugal Fresh estão presentes 29 empresas e oito organizações de produtores, mais 19 representantes nacionais em stands próprios.

Luís Medeiros Vieira frisou ainda que as empresas portuguesas do setor hortofrutícola têm vindo a reforçar o seu potencial exportador: “só nos primeiros oito meses do ano as exportações cresceram 20%, sendo que o subsetor das frutas vendeu mais 40%, com os pequenos frutos a exportarem mais 26%, e os legumes mais 15%”.

O secretário de Estado da Agricultura informou também que no âmbito dos apoios estatais o setor agrícola e agroalimentar é responsável até agora por “15.000 projetos, representando 2,3 mil milhões de euros de investimento e 1,1 mil milhões de apoio do PDR 2020”. Destes, “o setor hortofrutícola contabiliza 3.000 projetos e 621 milhões de investimento, tendo recebido apoios de 236 milhões”.

Pouco antes da visita do governante, o presidente executivo da Portugal Fresh disse aos jornalistas que “esperamos atingir ou mesmo ultrapassar a barreira dos 1.500 milhões de euros de exportações do setor hortofrutícola nacional este ano, o que representa um crescimento de 15% em relação a 2016”.

Portugal Fresh na Fruit Attration

Gonçalo Santos Andrade adiantou que “a prioridade é apostar em novos mercados para aumentar a remuneração média do setor”. Destacou, nomeadamente, “o México, que foi recentemente aberto para a pera rocha e a maçã, pelo que estamos apenas à espera de vários procedimentos por parte das autoridades mexicanas”. O responsável lembrou que este é um país muito importante, com 120 milhões de consumidores, 22 milhões só na Cidade do México.

A Portugal Fresh teve já reuniões com a cadeia norte-americana Walmart, que tem 2.600 lojas naquele país da América Latina, e com outras redes mais pequenas, mas também “com operadores do mercado abastecedor da Cidade do México, o maior do mundo, por onde passam cerca de 500 mil pessoas por dia”.

O dirigente adiantou ainda que “no México vamos tentar usar a Fresh Fusion – agrupamento complementar de empresas, com 14 organizações de produtores, criado para exportar pera rocha para o Lidl Alemanha – para aproveitar o seu maior poder negocial”.

A seguir ao México “a aposta vai ser a China”, adiantou ainda Gonçalo Santos Andrade, salientando que “o Governo tem estado já a trabalhar neste sentido”.

*a jornalista está em Madrid a acompanhar a edição deste ano da Fruit Attraction

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