O regadio na região de Alqueva

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Por EDIA – José Filipe Guerreiro dos Santos; José Costa Gomes; Ana Palma e João Silveira

Principais objetivos

A agricultura de regadio nos países mediterrânicos, e mais concretamente, no Sul de Portugal, face aos constrangimentos climáticos, é cada vez mais, o único sistema de agricultura que permite assegurar a rentabilidade das explorações agrícolas.

A agricultura baseada somente no denominado “sequeiro”, apresenta enormes fragilidades, profundas alterações interanuais e constantes perdas de rendimento, o que não permite, face ao tipo de culturas que podem ser praticadas e aos preços em vigor, garantir a sustentabilidade dos agricultores de forma direta.

Entram nesta tipologia milhares de hectares da agricultura alentejana (cerca de 90%), sendo, contudo, fulcral assegurar a sua preservação e apoios em termos de coesão territorial, paisagem, ocupação humana e preservação ambiental.

Embora já desde o século XIX estivesse prevista a implantação de uma barragem no rio Guadiana com o objetivo de armazenar e transportar água para a rega no Alentejo, só com o “Plano de Rega do Alentejo”, publicado em 1957, é que esta visão foi estruturada no âmbito de um projeto global com o objetivo de promover o desenvolvimento de várias valências.

Assim, a implementação de um conjunto de infraestruturas de adução e transporte de água para beneficiar, na altura, cerca de 170.000 hectares, era um meio e não um fim em si mesmo, para promover o desenvolvimento sócio-económico numa região deprimida.

Este conceito é subjacente à implementação de todos os perímetros de rega em todo o Mundo. Com efeito, constata-se que, principalmente, desde meados do século XX, o regadio foi implementado em todo o mundo, constituindo este uma política pública no sentido de promover o desenvolvimento sócio-económico de zonas interiores deprimidas.

Como casos paradigmáticos temos, no Estados Unidos a criação da “Tennessee Valley Authority” e em França da “Compagnie d´aménagement du Bas-Rhône et du Languedoc”, as quais além de implementar um conjunto de infraestruturas hidráulicas, com os objetivos diretos de promover o regadio, a produção de energia hidroelétrica e outros, como por exemplo, o controle de cheias, tinham o objetivo de criar condições e promover ações no sentido de transformar o investimento realizado num desenvolvimento sustentável sócio-económico.

Antes da implementação de Alqueva, a sua área de influência, situada no Alentejo, predominantemente nos distritos de Évora e Beja, apresentava determinado tipo de características, comuns ao interior do País, como sejam:

· Tendência para a desertificação humana;

· Envelhecimento da população;

· Menores rácios de riqueza por habitante;

· Elevado peso do setor primário.

(Continua)

Nota: Artigo publicado na edição n.º 27 da Revista AGROTEC no âmbito do dossier Rega.

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