Potencialidade do território para a produção de forragens

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Por Teresa Carita1, João Paulo Carneiro1, João Paulo Crespo2, Ana Barradas2 e José Santos Silva1 | 1Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV); 2Fertiprado-Sementes e Nutrientes

Portugal reúne condições edafo-climáticas que permitem a produção de diferentes tipos de forragem de qualidade (elevada proteína, energia e digestibilidade).

A utilização criteriosa da genética vegetal, i.e., usar a combinação e proporções ótimas para cada espécie, é a base da qualidade e produtividade. A utilização de espécies/misturas forrageiras adaptadas à instabilidade climática esperada, pode ser o complemento mais lógico para os sistemas agro-silvo-pastoris e uma estratégia que permitirá a intensificação destes sistemas extensivos típicos de muitas das regiões de Portugal.

Quanto à estrutura da produção agrícola nacional, cerca de 50% do seu valor é relativo à produção vegetal. Destacamos a produtividade das plantas forrageiras que representavam, em 2015, 3,6% da produção vegetal (GPP,2016)

Em Portugal, e segundo o INE (2018), a superfície ocupada por milho e aveia forrageira tem diminuído desde 2011 (Figura 1). Já a sua produtividade apresenta algumas irregularidades interanuais (Figura 2), muito provavelmente devido às condições ambientais existentes em cada ano agrícola.

Atualmente, para além do milho e aveia forrageira (únicas culturas consideradas pelo INE) são semeadas misturas forrageiras com composições muito diversas. Muitas destas misturas, são sujeitas ao processo de certificação implementado pela DGAV.

Impacto da produção de forragens nos sistemas agro-silvo-pastoris

Com a instalação e uso de forragens melhoradas é possível contribuir de forma importante para a redução dos custos de alimentação e aumentar a carga animal.

A alimentação é dos principais ou mesmo o principal encargo de uma exploração de ruminantes, i.e., assume um papel chave no rendimento final deste tipo de empresa agrária. Sendo assim, importa definir um correto planeamento de alimentação que deve tentar encontrar uma solução que respeite a produtividade técnica, a rentabilidade económica e o impacto ambiental.

Em climas mediterrâneos, i.e., climas marcados pela irregularidade climática e distribuição da precipitação com características específicas, são vários os períodos de escassez de erva nas pastagens. É nestas condições que as forragens têm um papel de elevada relevância nos sistemas de produção animal à base de ruminantes, já que vão assegurar uma alimentação regular em quantidade e equilibrada nutricionalmente.

Como referem Ferreira e Gomes (2016), as forragens constituem uma fração importante, mas variável, da alimentação de herbívoros e a sua composição é extremamente variável, já que são muitos os fatores que influenciam a sua composição (família botânica dominante na biomassa forrageira; estado de desenvolvimento das plantas ao corte; estruturas morfológicas das plantas que integram o alimento; alterações de qualidade que sofrem as plantas no processo de conservação, com consequências vantajosas ou com perdas).

Sabendo que a maximização da produção alimentar e que a rentabilidade dos sistemas de exploração associados dependem diretamente do maneio alimentar, é fundamental conhecer o potencial de produção de matéria seca das diferentes espécies e misturas forrageiras, assim como o valor nutritivo destes alimentos (composição química e digestibilidade) em fresco (erva fresca) ou conservados (silagem, feno-silagem, feno, desidratada artificialmente).

(Continua)

Nota: Este artigo foi publicado na edição n.º 29 da Revista Agrotec.

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