Frutos secos de casca rija

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Por Elsa Ramalhosa, Paula Cabo, Paula Correia e Carlos Ribeiro

Resumo

Desde o ano 2000, a produção de frutos secos de casca rija (FSCR) tem demonstrado uma tendência crescente, tendo a produção nacional sido de 54 905 toneladas no ano de 2017.

Trás-os-Montes destaca-se das restantes regiões agrárias, representando mais de 70% da superfície total plantada ou da produção nacional.

Dada a importância deste subsector, em novembro de 2017 surge o Grupo Operacional ValNuts – Valorização dos frutos de casca rija (FSCR), onde os vários parceiros pretendem desenvolver soluções para minimização de perdas e manutenção da qualidade, levando a uma extensão do tempo de vida útil destes frutos, tanto em casca como em miolo.

Deste modo, com base no estado da arte, na experimentação e no desenvolvimento tecnológico, é vantajoso melhorar a capacidade dos agentes desta fileira na preparação, manuseamento, acondicionamento e transporte de amêndoas (Prunus dulcis), avelãs (Corylus avellana) e noz (Juglans regia) produzidas em Portugal.

Neste trabalho são apresentadas algumas condicionantes deste subsector de atividade económica e perspetivas de atuação para a persecução de metas objetivas.

Produção e importância dos frutos secos de casca rija (FSCR)

A produção mundial de Frutos Secos de Casca Rija (FSCR) tem vindo a aumentar, esperando-se a manutenção desta tendência, motivada pelo consumo crescente destes frutos nos países desenvolvidos e emergentes.

Em Portugal, a produção de FSCR assume especial relevância, não só pelos rendimentos económicos que proporcionam em muitas regiões carenciadas, mas também pelo seu contributo na paisagem rural e no combate à desertificação em zonas deprimidas, em especial a região interior norte de Portugal.

Em 2017, a produção nacional de FSCR ocupava uma superfície de 74 655 ha, correspondendo a 54 905 toneladas, distribuídas pelas diferentes regiões agrárias, como indicado nas Figuras 2 e 3.

Tal como se pode observar em ambos os gráficos, a região de Trás-os-Montes destaca-se das restantes, correspondendo a 74,5% da área e 73,7% da produção total nacional. Esta realidade tende a alterar-se no futuro próximo com a área crescente de novas plantações no perímetro de regas do Alqueva.

Os FSCR desempenham um papel fundamental na sustentabilidade da economia rural, sendo, a principal fonte de rendimento em algumas delas.

No entanto, a produção e o consumo de FSCR continuam a assentar numa forte tradição regional, estando a produção concentrada em pomares de pequena dimensão, com grande diversidade de variedades, muitas delas regionais, e empresas de tipo familiar.

Mesmo que algumas destas variedades apresentem qualidades organoléticas e nutricionais já reconhecidas e valorizadas internacionalmente, continua a existir uma grande falta de conhecimento ao nível das suas propriedades, sendo, por exemplo, a percentagem de amargos (característica indesejada) ainda significativa.

As sementes dos frutos secos de casca rija são reconhecidas como alimentos com elevada capacidade de fornecimento de energia e como importantes fontes de nutrientes. A composição em lípidos e ácidos gordos justifica o seu valor energético e a relevância para regimes dietéticos saudáveis pela predominância de ácidos gordos monoinsaturados e polinsaturados.

De qualquer modo, há bastante variabilidade entre espécies e cultivares e mesmo em função da localização e do sistema de produção, para além das condições de acondicionamento/ armazenamento, transporte, embalagem e consumo.

(Continua)

Nota: Artigo publicado na edição impressa da Agrotec 28, no âmbito do dossier dedicado ao tema dos Frutos Secos.

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