Covela relança vinho da Fundação Eça de Queiroz

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A Covela vai produzir os vinhos da Fundação Eça de Queiroz, apoiando esta entidade cultural que promove o conhecimento da obra deste escritor do século XIX. Os empresários Marcelo Lima e Tony Smith afirmam que esta é mais uma forma de manifestarem amor a Portugal e à cultura portuguesa.

A vindima de 2017 será a primeira que a Lima Smith irá controlar na Quinta de Tormes, situada em Santa Cruz do Douro, no concelho de Baião. O vinho desta propriedade, com referência literária de Eça de Queiroz, irá assim conhecer um impulso.

O britânico Tony Smith realça que este acordo de longo prazo vem na sequência de anos de colaboração entre a empresa e a Fundação Eça de Queiroz. A instituição cultural, fundada há 25 anos, atravessa algumas dificuldades financeiras. Desta forma consegue beneficiar da experiência da firma, dinamizando a produção de vinho – uma das fontes de receitas.

“A excepcionalidade atrai sempre e, por isso, espero que atraia mais visitantes à nossa Casa-Museu, traduzindo-se isso num maior cumprimento do objetivo estatutário da Fundação, que é o de perpetuar a memória do escritor Eça de Queiroz e divulgar a sua obra, bem como numa maior geração de receitas importantes para a sustentabilidade da Fundação” – refere Afonso Eça de Queiroz Cabral, presidente do conselho de administração desta instituição cultural.

O vinho produzido na Quinta de Tormes chegou a ser referência de qualidade, não apenas na região dos Vinhos Verdes, como no país. Contudo, com o tempo veio a perder reputação. A Lima Smith pretende “garantir uma qualidade que correspondente ao nome do gigante literário”, salienta Tony Smith.

“Esta pareceria da Fundação Eça de Queiroz com a Covela significa, em primeiro lugar, a confirmação de que a aposta estratégica de outsourcing da vinha e do vinho, decidida em 2013, foi uma boa decisão de gestão e, em segundo lugar, significa o passo certo no sentido da marca Tormes recuperar a qualidade e o reconhecimento que já teve e a que tem direito” – adianta Afonso Eça de Queiroz Cabral.

O primeiro passo é a exploração dos dez hectares de vinha, que rodeia a casa da última obra deste “Vencido da Vida” – “A cidade e as serras”. Avesso, Arinto, Alvarinho e Chardonnay são as castas plantadas nos socalcos – antecipando a região do Douro, mas com solo de granito e não de xisto – desta propriedade situada na sub-região de Baião, dos Vinhos Verdes.

A média da produção tem sido na casa dos 35.000 litros por ano, informa o presidente da Fundação Eça de Queiroz. “Este valor irá certamente aumentar, pois em 2014 foram replantados cerca de três hectares”.

“A obra de Eça é tão rica que requer a produção de vinhos de elevadíssima qualidade e convida, desde logo, à criação de edições especiais, associadas à obra e às personagens que o autor criou e que estão presentes no imaginário lusófono”, salienta o empresário.

Rui Cunha, o enólogo da Lima Smith, que já tinha trabalhado na Quinta de Tormes, irá ser o responsável técnico deste novo projeto. A parceria Lima Smith e Fundação Eça de Queiroz deverá criar novas referências. Para isso, há marcas registadas, que também evocam a obra literária, como “O Mandarim”.

O brasileiro Marcelo Lima e Beatriz Kopschitz, sua mulher, afirmam-se grandes apreciadores da obra literária deste escritor da “Geração de 70”. O casal pretende criar, no Brasil, uma associação de amigos da Fundação Eça de Queiroz, “que patrocinará as suas actividades e ajudará – através de jantares, tertúlias e outros eventos culturais ligados à figura e obra de Eça – a dinamizar a Fundação e seus trabalhos”.

“Quisemos um parceiro que, para além da produção do nosso vinho, se interessasse efetivamente pelo nosso projeto cultural” – prossegue Afonso Eça de Queiroz Cabral. “No seguimento desta parceria, o Sr. Marcelo Lima passou a ser o primeiro mecenas da Fundação no novo quadro de apoios criado este ano”.

Novidades da Covela

A Lima Smith produz na Quinta da Covela (São Tomé de Covelas, em Baião – Vinhos Verdes), Quinta da Boavista e Quinta das Tecedeiras, ambas junto à aldeia de Pinhão, na região do Douro. A empresa apresentou recentemente novidades da Quinta da Covela, referentes ao ano de 2016: Covela Edição Nacional Arinto, Covela Edição Nacional Avesso e Covela Rosé, produzido inteiramente com uvas da casta Touriga Nacional.

Tony Smith salienta que a sub-região de Baião permite produzir vinhos brancos de elevada qualidade. Embora ali tenha sido produzidos tintos, a empresa decidiu que as uvas irão apenas para rosé. Assim, as castas tintas estrangeiras estão a dar lugar a variedades brancas portuguesas. Das azuis, mantém-se apenas a Touriga Nacional. Um azeite virgem extra, também com a marca Covela, foi igualmente apresentado.

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