SPEA diz que proposta de orçamento da UE “coloca em causa o desenvolvimento sustentável da Europa”

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A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) emitiu esta quinta-feira (3 de maio) um comunicado em que defende que a proposta de orçamento para o próximo quadro comunitário da União Europeia “coloca em causa o desenvolvimento sustentável da Europa”. De acordo com a organização, a proposta “ignora por completo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.

A organização sem fins lucrativos diz ainda que considera “chocante” que “os pagamentos diretos da Política Agrícola Comum (PAC) – amplamente reconhecidos como a parte mais disfuncional do orçamento da UE – permanecem protegidos”.

“Não existe nenhuma verba alocada para lidar com o colapso da biodiversidade e a arquitetura da PAC permanece inalterada. Os pequenos, mas muito eficazes e utilizados, programas LIFE e ERASMUS vão receber um aumento de verbas insignificante, mas a maioria do orçamento ignora claramente a necessidade de transformar a economia europeia de acordo com os limites do nosso planeta. Quase todos os aumentos de orçamento estão enquadrados em lutas de poder geopolíticas. O investimento na luta contra as alterações climáticas regista um modesto aumento de 5%, o que claramente é insuficiente para cumprir os compromissos do Acordo de Paris. Também não há certezas que esta percentagem seja mesmo real, tendo em conta que a PAC não sofreu alterações e falhou completamente o atual compromisso de 20% para a ação climática”, acrescenta a SPEA.

Ariel Brunner, Senior Head of Policy, BirdLife Europe & Central Asia da SPEA, defende que “enquanto Oettinger, o Comissário Europeu para o Orçamento e Recursos Humanos, fala sobre os cidadãos, o futuro e um ‘orçamento para resultados’, ele esforça-se para proteger o lobby agrícola e com ele a pior forma de subsídios perversos. Ele ignora completamente a situação do mundo vivo que está a desmoronar em nosso redor. A sua proposta é vazia em termos de garantir um futuro a longo prazo para os cidadãos europeus.”

Já Joaquim Teodósio, coordenador do Departamento de Conservação Terrestre da SPEA, acrescenta que “a continuidade de políticas desajustadas da realidade em que vivemos a nível de clima e perda de biodiversidade só podem augurar um futuro negro para a população europeia e mundial. A Europa devia ser um exemplo progressista num futuro sustentável, mas opta pela solução fácil de manutenção dos lobbies com grave risco para os valores naturais europeus e para todos nós que deles dependemos.”

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