Simpósio Anipla: “Temos de ser cada vez mais intervenientes na defesa da agricultura e dos agricultores”

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Foi no passado 27 de novembro que a Anipla realizou o seu Simpósio Nacional, reunindo especialistas da produção agrícola, da alimentação e da ciência para partilhar as mais recentes tendências de cada uma das áreas para uma produção agrícola inteligente.

Com a ‘Agricultura Inteligente para o equilíbrio ambiental, económico e social’ como mote, os especialistas presentes apelaram à necessidade de se encontrarem soluções sustentáveis para alimentar a crescente população mundial.

Felisbela Campos Torres, Presidente da Anipla, reforçou durante a sua intervenção a necessidade de se apostar na capacidade de resiliência do setor agrícola: “Temos de ser cada vez mais intervenientes na defesa da agricultura e dos agricultores e a Anipla crê ser um parceiro crucial na defesa da sustentabilidade da atividade, agindo de forma transparente e com grande profissionalismo.”

Em representação do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, a subdiretora geral da DGAV, Ana Paula Carvalho, chamou a atenção para os atuais desafios que se impõem aos agricultores no domínio da proteção das culturas, como as alterações climáticas, a pressão crescente de pragas e doenças das plantas e a redução de substâncias ativas disponíveis, realçando a importância de se promover a inovação tecnológica na produção alimentar.

Já a Diretora do Departamento de Geofísica e Meteorologia do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), Maria de Fátima Espírito Santo, alertou para o impacto das mudanças climáticas na acessibilidade e no custo dos alimentos e para a “necessidade urgente de transformações profundas e sem precedentes, a nível global, em setores como a agricultura e o uso do solo.” Por sua vez, João Coimbra, agricultor, vê na agricultura de precisão uma resposta aos desafios agrícolas: “estamos a desenvolver uma nova forma de aplicar herbicida de pós-emergência onde recorremos a imagens recolhidas por drones”, explicou.

Henrique Pereira dos Santos, arquiteto paisagista, também marcou presença no evento, e num painel dedicado à saúde e bem-estar social defendeu que “a gestão de paisagens faz-se essencialmente a partir das opções de consumo das pessoas que vivem em cidades.” Para a Vice-Presidente da Ordem dos Nutricionistas, Graça Raimundo, não é “possível diminuir a fome sem se melhorarem os sistemas de produção alimentar. A agricultura tem um papel crucial na diminuição das desigualdades de acesso aos alimentos e na garantia de que todos os portugueses têm o direito a uma alimentação adequada, promotora da saúde e da qualidade de vida.”

No terceiro e último painel do dia, os oradores debruçaram-se sobre a importância da agricultura inteligente na competitividade das empresas e na economia nacional. Para o ex-Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, é importante investir em inovações tecnológicas na área agrícola e em políticas públicas que promovam a sua divulgação e implementação generalizada pelo tecido empresarial agrícola nacional.

António Lopes Dias, diretor executivo da Anipla, encerrou o debate demonstrando a sua preocupação perante “uma população que tem demonstrado crescente desconfiança na qualidade e segurança da produção agrícola”. Para o diretor executivo da Anipla, “o grande desafio atual do nosso setor é fazer com que os consumidores saibam exatamente o que fazemos e que nos dê a devida importância.”

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