Setor alimentar tem sido “mais resistente que outras indústrias à instabilidade”

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O setor alimentar demonstrou “ser mais resistente que outras indústrias à instabilidade e às mudanças de ciclo económico”. Quem o diz é o mais recente relatório da Crédito y Caución, que analisa as alterações globais que têm afetado o setor.

“Muitas empresas de produção e transformação alimentar, principalmente as de menor dimensão, continuam sob pressão. O ambiente concorrencial é feroz e o poder de negociação dos principais retalhistas e das cadeias de descontos tem crescido, dificultando cada vez mais a vida a muitos dos seus fornecedores, cujas margens estagnaram em níveis baixos ou chegaram mesmo a diminuir”, salienta o relatório que inclui uma análise detalhada do setor em Portugal, Espanha, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Estados Unidos, França, Hungria, Itália, Irlanda, Holanda e Polónia.

O estudo sublinha também que as empresas alimentares continuam “vulneráveis a determinados riscos súbitos, como a volatilidade dos preços dos produtos básicos e possíveis crises de saúde pública.”

“Num ambiente empresarial tão difícil, a eficiência e os baixos custos de produção são necessários para manter uma vantagem competitiva, o crescimento das vendas e a melhoria das margens. Isto, em paralelo com as economias de escala e o aumento do poder negocial, parece alcançar-se melhor através da concentração. Nesta medida, não surpreende que em muitos mercados as atividades de fusão e aquisição e os processos de consolidação se tenham acelerado no setor alimentar”, acrescenta.

O setor agroalimentar é um dos maiores pilares da economia portuguesa, sendo constituído por mais de 10 800 empresas, maioritariamente de pequena e média dimensão, que empregam mais de 104 000 trabalhadores, de acordo com dados do INE.

Para a Crédito y Caución, “em Portugal, a desaceleração da economia e de mercados importantes, como o Brasil e Angola, conduziu a uma redução das exportações e dos níveis de investimento no setor que também se vê afetado negativamente pela moderação das previsões de crescimento do PIB. A deflação de 2014 e 2015 teve um impacto negativo nas margens das empresas, num ambiente de guerra de preços e forte concorrência.”

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