Semear o futuro

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É comum ouvirmos falar de Realidade Aumentada em jogos e entretenimento como o Pokemon GO – desde aqueles filtros do Facebook em que arco-íris brotam dos nossos ouvidos até à caça aos goblins que realizamos na nossa sala através da app “Harry Potter: Wizards Unite”, fica diariamente provado que a nossa perceção do mundo está a mudar através da tecnologia.

Mas já não falamos apenas de uma tecnologia para o entretenimento. Na verdade, há vários anos que consultoras como a NextReality (em que trabalho) “aumentam” organizações nos mais diversos mercados – manutenção industrial, turismo, Educação e Saúde são apenas alguns, ao qual se começa a juntar – é verdade – o mercado da agricultura.

A agricultura, enquanto atividade económica e conjunto de processos essencial para a nossa sobrevivência enquanto espécie, começa a transformar-se com realidade aumentada. A oportunidade é simples – porque dessa forma mantemos os agricultores no terreno. Confuso?

Augmented Farming

Porque agricultura já não passa apenas por arar, semear e colher, hoje qualquer exploração agrícola implica um bom planeamento, boa gestão dos indicadores do ecossistema e acompanhamento das zonas de cultivo. Existe uma abordagem científica na medição e controle de indicadores, bem como na calendarização de tratamentos, o que obriga a um volume de trabalho do agricultor a ser realizado crescentemente no escritório.

Mas a agricultura é feita no terreno e é por isso importante criar condições para que os profissionais regressem ao terreno – mas sem que eles percam acesso a toda a informação que precisam, quando precisam e com as ferramentas necessárias para tomar as melhores decisões no seu trabalho.

Por exemplo, com uma app como o FarmAR, é possível prever se existe uma praga nos terrenos. O processo normal implica percorrer todo o terreno e confirmar a cada metro se os sintomas da praga se verificam ou não. Toda essa verificação pode ser agora feita através da câmara do telemóvel que recolhe a informação, a cruza com informação meteorológica, de solo e outras para criar um modelo 3D do terreno, atualizado constantemente, que posso aceder através do meu telemóvel. Mais: para o qual posso enviar informações através da câmara do meu telemóvel e do qual consigo ver informações (números, indicadores, etc) através da câmara do meu telemóvel.

Isto permite que os agricultores se tornem mais eficientes, ao realizarem as suas intervenções onde e quando estas são necessárias. O resultado é o aumento de quantidade e qualidade nas colheitas e na consequente melhoria dos resultados financeiros. E para o planeta é igualmente interessante, porque otimiza a utilização de químicos e água.

Formação e Simulação

Outra área-chave para a utilização de Realidade Aumentada na agricultura é a formação de competências. Todos os agricultores podem hoje visualizar um equipamento antes dele chegar, bastando para isso visualizá-lo em realidade aumentada. Podem assim aprender como ele funciona, como se realiza a sua manutenção e verificar inclusivamente se o equipamento tem o tamanho certo para aquele local no terreno – tudo antes dele chegar.

Como em outros ofícios, a Realidade Aumentada chega para trazer maior capacidade de decisão, maior rapidez na recolha de informação e uma experiência mais fácil para os trabalhadores. O tema, como em todos os outros ofícios, é gerir a mudança para que a implementação destas tecnologias não seja uma dor para as empresas, mas sim um processo gradual, onde os benefícios sejam crescentemente visíveis. Esse é o nosso desafio para o Futuro, que importa semear.

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Fonte: Vida Rural

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