Rega do olival

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Por COTR

As plantas respondem sob a forma de transpiração ao poder mais ou menos evaporativo da atmosfera através dos estomas das folhas, absorvendo mais ou menos CO2, e consequentemente, produzindo mais ou menos fotoassimilados, que no final se repercute, na mesma proporção, na produção final.

As necessidades hídricas do olival são estimadas sem considerar os fatores limitativos, nomeadamente escassez de água no solo, ausência de doenças, fertilização inadequada, etc., que conduz a uma necessidade hídrica máxima, que equivale atingir uma produção final que também será máxima.

A ocorrência de fatores limitativos, nomeadamente deficiência de água no solo, provoca uma readaptação da planta, já que a mesma não consegue responder, em termos de transpiração, à exigência do meio atmosférico que a rodeia.

Nesta situação, a planta fecha os estomas, reduzindo a transpiração, e consequentemente a absorção de CO2, com a consequente afetação da produção final.

As necessidades hídricas deixam de ser máximas, deixando de ser comandadas pelo meio atmosférico que a rodeia, passando essencialmente a ser condicionadas pelo teor de água existente no solo.

É de realçar, que a produção do olival aumenta consideravelmente quando recebe complementos hídricos à chuva, especialmente em zonas e anos de fraca pluviometria.

Sensibilidade do olival ao défice hídrico ao longo do ciclo vegetativo e reprodutivo

Uma programação e gestão da rega eficiente apoiam-se em estimativas corretas das necessidades hídricas das culturas, ou seja na evapotranspiração da cultura (ETc), bem como no conhecimento da influência do estado hídrico nas diferentes fases do crescimento vegetativo e reprodutivo da cultura.

Este último aspeto é fundamental para o caso do olival, cultura típica de regiões quentes e secas, onde a água disponível para rega é escassa, cultura que, em Portugal, tem vindo a sofrer um rápido processo de reconversão e intensificação.

A oliveira é uma espécie com uma boa adaptação à seca graças ao seu sistema radicular potente, com capacidade de extrair água de solos relativamente secos e a um conjunto de mecanismos fisiológicos que tornam esta cultura adequada à aplicação de estratégias de rega deficitária, pelo que importa identificar as fases da cultura em que esta é mais sensível à carência hídrica.

Importa também ter em consideração que, ao contrário do crescimento vegetativo que se completa num ano, o ciclo reprodutivo completa-se em dois anos. No primeiro ano ocorre a formação dos gomos e a indução floral.

No segundo ano, nos ramos que se desenvolveram no ano anterior dá-se a floração, vingamento, crescimento e maturação dos frutos, pelo que a produção depende diretamente do crescimento vegetativo do ano anterior.

Sendo o crescimento vegetativo sensível ao stress hídrico é fundamental ter em conta a forma como a carga e o estado hídrico interagem, determinando o crescimento e por fim a produção do ano seguinte.

(Continua).

Nota: Este artigo foi publicado na edição n.º 26 da Revista Agrotec. Para aceder à versão integral, solicite a nossa edição impressa. Contacte-nos através dos seguintes endereços:

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