Produtores de leite querem “instrumento legal” na PAC para prevenir futuras crises

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14 associações europeias representantes dos produtores de leite estiveram recentemente reunidas na Assembleia Geral do European Milk Board (EMB) para exigir um instrumento legal na Política Agrícola Comum que permita prevenir futura crises no setor leiteiro.

De acordo com a APROLEP, que esteve representada por Jorge Oliveira, os produtores europeus querem que seja possível reduzir a produção em momentos de crise para “garantir um mercado de laticínios equilibrado a longo prazo”.

O programa de redução de volume de leite lançado pela União Europeia no verão de 2016 “teve um inegável efeito positivo sobre os rendimentos dos produtores”, diz a associação portuguesa.

Romuald Schaber, presidente do EMB, defende que “o Programa de Responsabilidade de Mercado proposto pelo EMB, que prevê cortes voluntários de produção em tempos de crise, aliado aos limites de volume, deve ser um instrumento permanente e ancorado na Política Agrícola Comum.”

“Enquanto a imagem da recuperação dos preços do leite é difundida ao nível da comunicação social, a realidade das explorações leiteiras é bem diferente. Os produtores de leite da Europa ainda não recebem o preço por litro de leite capaz de cobrir os custos de produção. Os maiores lucros realizados pelos produtos lácteos com a gordura do leite são anulados pelos preços extremamente baixos para a proteína do leite. Os retalhistas são os que mais beneficiam com a situação de escassez de gorduras lácteas no mercado. Os consumidores estão pagar preços inflacionados pela manteiga e, como já acontece em França, são confrontados com prateleiras vazias. Os produtores, por outro lado, não estão a ver nenhum dos ganhos”, explica a APROLEP.

De acordo com Romuald Schaber, o leite em pó, acumulando em armazenamento público, é um aspeto muito problemático no mercado dos lacticínios. A Assembleia Geral do BEM exige, assim, “uma redução nos volumes de intervenção, atualmente de 109 000 toneladas por ano e, simultaneamente, um aumento do preço de intervenção para um mínimo de 30 cêntimos/kg.”

As associações manifestaram-se, ainda, “contra a venda de leite em pó desnatado a preços predatórios (dumping)” e pediram “usos alternativos para o leite em pó.”

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