Pequenos Frutos: o porquê da produção no Sudoeste Alentejano

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O testemunho da Hall Hunter Portugal.

Por All Hunter Portugal

Considerada a primeira aventura fora do Reino Unido, a Hall Hunter Portugal é uma empresa de direito português, detida pelo Grupo inglês Hall Hunter Partnership (HHP), tendo iniciado a sua atividade no concelho de Odemira em Abril de 2016 através de um investimento inicial de aproximadamente 13 milhões de euros.

Considerado atualmente o maior produtor de pequenos frutos em Inglaterra, a HHP produz e embala anualmente nas suas sete unidades agrícolas inglesas, cerca de 12.000 toneladas de fruta de qualidade excecional, de onde se destacam os morangos, as framboesas, as amoras e os mirtilos.

Parceiros de longa data, a HHP tem no grupo Berryworld o seu suporte comercial, sendo estes os responsaveis pela comercialização da fruta inglesa no Reino Unido e pela fruta portuguesa, não só por “Terras de Sua Majestade”, mas por toda Europa.

Em Portugal, na Herdade dos Almeidans – a primeira unidade europeia do Grupo fora do Reino Unido – são produzidas, desde março de 2017, cerca de 2000 toneladas de mirtilo e framboesas das nossas variedades, amplamente reconhecidas e valorizadas pelos retalhistas e consumidores ingleses.

Nos mais de 130 ha, plantamos, produzimos, colhemos, refrigeramos, embalamos e expedimos diariamente 100% da nossa produção para os exigentes mercados do Norte da Europa, seguindo os mais rigorosos processos de qualidade e seleção.

Detentora de um conjunto de características naturais ímpares para produção de pequenos frutos, a Região do Sudoeste Alentejano, concretamente a zona de Odemira, foi a escolha natural para o início da atividade produtiva e comercial da Hall Hunter Portugal. Uma zona temperada pelo Atlântico, com solos arenosos relativamente bem drenados, beneficiada pelo Perímetro de Rega do Mira e que alberga, desde há muito, um conjunto de empresas e empreendedores que emprestam à região uma dinâmica extraordinariamente profissionalizada e fortemente exportadora.

Na verdade, as condições para a produção de pequenos frutos são únicas, nesta região. A existência de água de excelente qualidade proveniente da Barragem de Santa Clara, disponibilizada pela Associação de Beneficiários do Mira – ABMira, as condições edafo-climáticas ideais, com verões de temperaturas relativamente amenas e Invernos pouco rigorosos, e a ausência quase total de problemas com geadas ou outros quaisquer fenómenos meteorológicos que condicionem a produção, tornam esta região, uma das mais propícias para a produção de pequenas bagas em toda a Europa, durante 12 meses por ano.

Integrando-se, desde logo, no ecossistema empresarial regional, a HPP desde cedo se associou às forças vivas da região, participando ativamente na AHSA, associação da qual a HHP tem representação na vice-presidência, bem como a um conjunto de iniciativas e causas beneficientes.

Ao operar num setor de atividade extremamente intensivo, no que à utilização de mão-de-obra diz respeito, dada a impossibilidade de mecanização, a Hall Hunter Portugal definiu um modelo de produção e fornecimento que permite a empregabilidade de, cerca de, 300 colaboradores diretos ao longo de todo o ano, reforçando a suas equipas em alturas de maiores necessidades, fazendo apelo a colaboradores originários das unidades inglesas do grupo HHP.

Neste contexto, contamos com uma dezena de nacionalidades distintas, das quais salientamos a nepalesa, bengali, indiana, brasileira, bulgara e naturalmente, a portuguesa.

Desta diversidade, assumimos claramente o desafio de garantir as melhores condições de bem-estar aos nossos colaboradores, em ambiente de forte multiculturalidade, fomentando a sua integração nas comunidades locais, promovendo a aprendizagem da língua portuguesa e garantindo o direito à saúde e ao lazer.

Neste contexto somos ainda membros patrocinadores do Claim (Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes), instituição de reconhecido mérito no apoio às comunidades migrantes locais.

Apesar de encontrar uma louvavel dinâmica empresarial regional, uma agricultura evidentemente exportadora e detentora de sistemas de produção modernos e fortemente balizados pelos exigentes mercados de consumo onde operam – sobretudo, mas não só, a Norte da Europa – a Hall Hunter Portugal, encontrou também um conjunto de desafios no início da sua atividade que resultaram, fundamentalmente, da existência de diferentes instrumentos de gestão do território, bem como de um conjunto vasto de entidades gestoras envolvidas nos inúmeros processos de licenciamento da atividade, das infraestruturas e da própria terra.

A esta situaçao, junta-se ainda a problemática da escassez de mão-de-obra nacional e, paralelamente, a falta de condições de alojamento, para a mão-de-obra imigrante, sem o recurso à qual será impossível o desenvolvimento do setor hortofrutiflorícola regional, entenda-se, do desenvolvimento das próprias exportações regionais e nacionais, bem como a dinamização económica do concelho de Odemira, o maior do país em área ocupada.

Parece-nos, nesta fase, claro que seria desejável uma simplicação dos processos administrativos para quem pretende iniciar a sua atividade agrícola neste espaço e uma definição inequívoca dos princípios de co-existência dos valores económicos, ambientais e sociais, identificando de forma objetiva os valores únicos a proteger, bem como a promoção dos meios necessários para que os agentes económicos remunerem, não só e apenas, os fatores de produção, mas que o façam em franco equilíbrio com os diferentes tipos de ecossistemas onde operam, em prol da desejada convivência entre a atividade agrícola, as gentes e as magníficas paisagens da região.

Nota: Artigo publicado na edição impressa da Agrotec 29, no âmbito do dossier Horticultura do Sudoeste Alentejano.

Para aceder à versão integral, solicite a nossa edição impressa.

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