Imagens de satélites de observação da Terra e drones “eficazes na deteção de pragas florestais”

0

O uso combinado de informação obtida a partir de imagens fornecidas pelo programa europeu de satélites de observação da Terra e por drones é eficaz na deteção precoce de pragas florestais, especialmente do nemátode da madeira do pinheiro. A conclusão é do projeto europeu FOCUS, liderado por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e que conta com um financiamento de 1,9 milhões de euros da União Europeia.

O projeto FOCUS – Forest Operational monitoring using Copernicus and UAV hyperSpectral data – envolve equipas dos departamentos de Ciências da Terra, Ciências da Vida e Engenharia Civil da FCTUC e centra-se no desenvolvimento de métodos para a deteção e monitorização remota, através de satélites e veículos aéreos não tripulados, de pragas e doenças florestais.

Vasco Mantas, investigador do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC e coordenador do estudo, explica que “num território florestal de grandes dimensões é extremamente difícil e dispendioso detetar a presença de árvores doentes através dos métodos tradicionais. Com os nossos sistemas, o objetivo é precisamente detetar as árvores infetadas que estão nesses contextos mais complexos, de forma detalhada, para permitir que os utilizadores da floresta possam ir aos locais corretos efetuar as ações de remoção (abate de árvores), evitando que o problema se alastre.”

Iniciado há cerca de um ano, o projeto tem como objetivo contribuir para “um serviço operacional e acessível, desenvolvido num projeto anterior (Silvisense), que monitorize todo o território florestal e faça chegar informação aos utilizadores finais, que também participam neste projeto, entre os quais associações de produtores florestais, centros de investigação ligados à floresta, como é o caso do SerQ, e indústrias do setor”.

O projeto deverá abranger várias doenças e pragas da floresta, mas atualmente está focado na deteção de árvores afetadas pelo nemátode da madeira do pinheiro uma vez que, de acordo com o coordenador do projeto, “ao detetar o nemátode, como os primeiros resultados demonstram, vai ser possível detetar outras doenças com sintomas semelhantes”.

O coordenador do estudo diz ainda que uma das mais-valias dos drones e dos satélites é “as grandes manchas de floresta que conseguem monitorizar”. Para além disso, esta é uma metodologia com “custos muito menores em comparação aos métodos convencionais” e permite “uma análise da distribuição, ou seja, avaliar quais são os processos que governam a distribuição do nemátode e do inseto vetor”.

Ler Artigo Original
Fonte: Vida Rural

Partilhar

Sobre o autor

Comentários fechados.

Powered by themekiller.com