Espumante premium assinala oito décadas

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As Caves São Domingos celebram este ano o seu 80º aniversário. A data é assinalada com o lançamento de um espumante, referenciado com o nome do seu fundador.

Elpídio 80 é o espumante que assinala os 80 anos das Caves São Domingos, situada na região da Bairrada. Este vinho, proveniente da colheita de 2011, resulta de um lote, em partes iguais de Pinot Noir e Pinot Blanc.

O vinho do aniversário é um espumante premium, que apenas enche 4.821 garrafas, posto à venda no passado mês de julho. O produto é comercializado em embalagens de madeira unitárias e de três. O preço de venda ao público recomendado é de 28,50 e 75,00 euros, respetivamente.

O Elpídio 80 evoluiu quatro anos em cave. O espumante fez a segunda fermentação em garrafa, tendo estagiado nas leveduras, durante 48 meses, a 12 graus Celsius constantes. Durante dois meses foi realizada a remuage, seguida de degorgement glacé e adição do licor de expedição. Terminou-se com dois meses de estabilização.

A gama de espumantes das Caves São Domingos é composta por 15 referências. O Elpídio 80 abre o caminho a espumantes datados, produzidos pelo método clássico. A Comissão Vitivinícola Regional da Bairrada aprovou a possibilidade de apresentação do ano.

Alexandrino Amorim admite que a empresa possa vir a datar os seus espumantes. Nada está decidido. O administrador refere apenas que a firma está preparada para esse passo, caso entenda fazer essa opção.

As Caves São Domingos vendem, em média, 800.000 garrafas de espumante. A empresa tem de processar a um ritmo que permite o prolongamento do abastecimento, em momentos de aumento das vendas. O que implica uma gestão de stocks que tem em consideração o tempo de fabrico destes vinhos.

Atualmente, as Caves São Domingos têm armazenadas 2,5 milhões de garrafas de espumante, milhares de litros de vinhos tranquilos e centenas de quartolas, de carvalho francês, com aguardentes vínica – cada um destes depósitos corresponde a um quarto de tonel.

A empresa processa anualmente, em média, cerca de 1.000 toneladas de uvas, provenientes dos 20 hectares de vinha própria e de 80 hectares de viticultores bairradinos em exclusividade. Toda a lavoura está em protecção integrada.

A produção está sobretudo orientada para o fabrico de espumantes. “Ao colhermos as uvas mais cedo conseguimos produzir um vinho de base espumante com alto teor de acidez e baixo teor alcoólico”, informa Alexandrino Amorim.

A remuage não é totalmente realizada por máquinas. A rotação manual é controlada pelo operário através de marca de tinta branca no fundo das garrafas. Até há pouco tempo, essa pintura era removida antes de o vinho ser posto à venda.

Contudo, hoje mantém esse sinal indicativo de trabalho manual. Alexandrino Amorim informa que não há qualquer valorização do produto por essa marca permanecer no vidro. É apenas uma curiosidade, que alguns consumidores reconhecem, mas que se traduz em menor adjudicação de tempo.

O administrador sublinha que a remuage manual não acrescenta qualidade ao vinho. Atualmente, o processo realiza-se apenas porque a empresa não está totalmente equipada com máquinas.

Elpídio Martins Semedo, fundador da octogenária empresa vinícola, mandou escavar galerias, na sua aldeia de Ferreiro, no concelho de Anadia – trabalhos que decorreram durante oito anos. Desde então, os vinhos da empresa estagiam nesses túneis, que permitem uma temperatura constante de 12 graus Celsius.

Em 1970, o controlo da empresa passou para Lopo Sousa Freitas. Hoje, a firma é presidida por Eugénia Freitas, sua filha. A enologia é da competência de Susana Pinho, a viticultura de César Almeida e a cave de Luís Miguel Santos.

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