Boas práticas do setor agrícola português distinguidas

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A sustentabilidade do setor agrícola português esteve em destaque na 6.ª edição dos Prémios Valorfito, que teve lugar a 16 de março.

Os prémios que visam reconhecer e mobilizar o setor agrícola acontecem anualmente e são também um momento para o debate e reflexão da atividade.

Os números de 2017 mantêm-se estáveis, apesar de ligeira diminuição registada da taxa de retoma, demonstrando a força de um sector cada vez mais preocupado no seu caminho para a eficiência e sustentabilidade na agricultura.

Pelo sexto ano consecutivo, o setor agrícola esteve reunido para recordar desafios, contabilizar resultados e premiar as melhores práticas agrícolas.

Assente na missão da retoma das embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos, em 2017 o Sistema voltou a contar com o suporte dos agricultores, de uma vasta rede de Pontos de Retoma e do operador Ambimed.

Os prémios deste ano gratificaram o empenho dos Pontos de Retoma nacionais para três categorias principais: o prémio Crescimento, de âmbito regional, que distingue o maior crescimento na região face ao ano anterior; o prémio Cooperativa, que releva o maior crescimento nacional em 2017 para o setor cooperativo; e, com grande destaque, o prémio Excelência, que é o galardão mais desejado da noite, e que distingue as boas práticas para critérios tanto quantitativos quanto qualitativos. Para além de premiar os pontos de retoma, o Valorfito inclui nesta iniciativa uma importante ação solidária, convidando os pontos de retoma a indicar uma instituição de solidariedade social à sua escolha, a quem é atribuída uma verba no valor de 250 ou 500 euros.

Para o diretor-geral da Valorfito, António Lopes Dias «este é o momento de agradecer aos nossos parceiros por terem aceite esta missão e, connosco, fazerem todos os dias, o possível e o impossível, para que Portugal seja entendido como um país-modelo para o tema da sustentabilidade. Em 2017, face à informação amplamente difundida, já não é aceitável que um produtor ignore qual o destino das embalagens dos produtos que utiliza».

O local escolhido para a cerimónia foi o hotel Palace Monte real, em Monte Real, Leiria. Este foi um local afetado pelos fortes incêndios de 2017 e que o Valorfito desejou este ano apoiar, realizando a cerimónia nesta localidade.

Para o Presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro, «o grande desafio que se coloca agora é o de criar condições para que os setores da nossa economia mais afetados pelo drama dos incêndios voltem a ter condições para se regenerarem e voltarem a desenvolver a sua atividade. A escolha da região para a realização de eventos e reuniões é uma forma de ajudar a nossa economia local a reequilibrar-se, o que constitui a forma mais sustentável de solidariedade».

Seguiu-se a entrega dos prémios, relevando quem mais se destacou entre os 52 pontos de retoma nomeados. No total havia 12 prémios em competição, os “Prudêncios” – em referência à família Prudêncio, os personagens animados que desde os anos 70 abordam o tema das boas práticas na atividade agrícola.

Dos quase 1000 Pontos de Retoma Valorfito no Continente e nas Regiões Autónomas, destacam-se os três vencedores do prémio Excelência: a empresa A. Cano, de Beja; Manuel Gomes Lourenço, de Meda e em terceiro lugar a empresa Calcob, de Oliveira do Bairro. A grande vencedora do prémio Cooperativa foi a Cooperativa Agrícola dos Fruticultores de Cova da Beira, da região da Covilhã.

António Lopes Dias, diretor-geral da Valorfito

Valorfito retoma metade das embalagens em 2017

A reunião do setor e parceiros do Valorfito foi também o momento escolhido para serem apresentados os resultados nacionais e regionais da atividade do Sistema em 2017.

O número de embalagens retomadas no ano passado (357,310 toneladas) recuou cerca de 7% face a igual período do ano de 2016, valor acima da descida do número de embalagens declaradas (712,800 toneladas, -3%), ainda que este valor se encontre acima da quebra do consumo do mercado, que se estima ter caído mais de 10%.

Embora a taxa de retoma se mantenha em cerca de metade das embalagens dos produtos fitofarmacêuticos distribuídos no nosso País (50,1%), os dados em 2017 apresentaram ligeiras quedas em alguns dos indicadores.

Este decréscimo da taxa de retoma poderá ter como origem um maior stock de produtos no canal de distribuição e venda.

Para o diretor-geral do Valorfito «os resultados de 2017 não são indiferentes à quebra de consumo do mercado e ao facto de este ter sido um mau ano agrícola. Ainda assim, temos que valorizar o trabalho dedicado do sector que se mantém atento e focado na tarefa de melhorar a sustentabilidade da atividade».

Focado na melhoria constante da atuação do setor em Portugal, o Valorfito, para além da projeção de ações de esclarecimento sobre a nova licença, a realizar em colaboração com as Direções Regionais de Agricultura, tem já em desenvolvimento 2 campanhas de sensibilização: “Por Amor à Terra” – um roadshow pelos conselhos do país onde predominam os pequenos agricultores e onde as taxas de retoma são menores, com o objetivo de incentivar a entrega das embalagens e as boas práticas para Economia Circular agrícola; e a campanha “Tripla Lavagem” – assente num estudo realizado em vários países europeus, onde ficou provado que as embalagens poderão ganhar novo valor por não terem que ser destruídas, cujo objetivo passa por aumentar a prática desta técnica de lavagem das embalagens por parte dos produtores, assegurando maior segurança.

De destacar ainda o investimento que o Valorfito tem realizado em recursos e horas de formação em cursos para a correta gestão das embalagens de produtos fitofarmacêuticos para cerca de 1.050 utilizadores, entre os quais produtores, estudantes e técnicos.

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