Bioestimulantes na Agricultura: categorias, legislação, oportunidades e desafios

0

Por Maling Wang, Susana M.P.Carvalho

A utilização de bioestimulantes na agricultura em geral, e na horticultura em particular, tem vindo a crescer nos últimos anos devido ao aumento da procura por produtos comerciais à base de substâncias naturais que potenciem a produtividade e qualidade das culturas.

Paralelamente, a indústria tem tido um papel chave na definição e promoção destes produtos, tendo sido criados consórcios como o ‘European Biostimulants Industry Council’ (EBIC) na Europa e a ‘Biostimulant Coalition’ nos EUA, promovendo o diálogo entre os “stakeholders”, entidades reguladoras e investigadores (Du Jardin, 2015).

Em 2012, o EBIC estimou que o valor de mercado na União Europeia era de 400 a 500 milhões de euros, estando em franco crescimento com acréscimos superiores a 10% ao ano. O EBIC estima ainda que a área de culturas onde se aplicam de bioestimulantes seja superior a três milhões de hectares na União Europeia, com uma média de duas aplicações por ano.

Este artigo visa esclarecer o que são os bioestimulantes, quais as suas categorias e os seus efeitos nas plantas. Será ainda apresentada, de uma forma breve, informação relativa à legislação e às oportunidades e desafios que se colocam a este setor.

O que são os Bioestimulantes?

O conceito de bioestimulantes foi introduzido pela primeira vez na literatura científica por Kauffman et al. (2007) e desde então tem-se vindo a alargar a sua gama de substâncias e, consequentemente, o seu modo de ação.

Contudo, a definição de bioestimulantes ainda não é totalmente consensual, devido ao elevado número de categorias e à sua diversidade composicional, existindo uma diferenciação entre os dois consórcios mundiais de bioestimulantes.

De acordo o EBIC, um bioestimulante é um composto derivado de produtos naturais que contém substâncias bioati­vas e/ou microrganismos cuja função, quando aplicados em pequenas quantidades à planta ou à rizosfera, é estimular processos naturais para promover a eficiência do uso de nutrientes e a tolerância a múltiplos stresses, resultando de um modo geral num aumento do rendimento das culturas e/ou na melhoria da qualidade dos produtos (EBIC, 2013).

Por arrasto, a designação de bioestimulantes também é usada para os produtos comerciais que contêm misturas dessas substâncias e/ou microorganismos.

Apesar do conceito de bioestimulante ser bastante genérico, parecendo um descritor para qualquer substância benéfica para a planta, este não deverá ser confundido com um fertilizante nem com um agente de controlo biológico de pragas ou doenças (Du Jardin, 2015), como abaixo descrito na seção da Legislação.

Já nos Estados Unidos, a “Biostimulant Coalition” não inclui nesta definição os bioestimulantes microbianos (AAPFCO, 2012).

Quais as suas principais categorias e efeitos nas plantas?

Embora não exista uma lista detalhada e uma categorização das substâncias e microrganismos abrangidos pelo conceito de bioestimulantes, algumas categorias relevantes são amplamente reconhecidas por investigadores, reguladores e partes interessadas (Calvo et al., 2014; Du Jardin, 2012; Halpern et al., 2015).

Cada uma destas categorias exerce uma função fisiológica e agronómica na planta, estando abaixo descritas, de um modo sucinto, as categorias mais investigadas.

(Continua).

Nota: Este artigo foi publicado na edição n.º 26 da Revista Agrotec, no âmbito do dossier Bioestimulantes.

Para aceder à versão integral, solicite a nossa edição impressa. Contacte-nos através dos seguintes endereços:

Telefone 225899620

E-mail: marketing@agropress.pt

Ler Artigo Original

Partilhar

Sobre o autor

Escrever Comentário

Powered by themekiller.com