Agricultores acusam ambientalistas de “desinformação” sobre o trabalho do setor no combate às alterações climáticas

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A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo e a Olivum – Associação de Olivicultores do Sul emitiram esta quarta-feira (24 de abril) um comunicado conjunto em que acusam as organizações ambientalistas, os partidos políticos e os jornalistas de “promover a desinformação e colocar em causa o trabalho e o contributo positivo dos agricultores para a dinamização da agricultura, para o desenvolvimento da região e para o combate às alterações climáticas”.

De acordo com as organizações representantes dos agricultores do Alentejo, “de acordo com a Carta de Uso de Ocupação do Solo de Portugal Continental de 2018, a agricultura do Alentejo pratica-se numa superfície agrícola utilizada (SAU) total de aproximadamente 2,6 milhões de hectares. Constitui-se num mosaico agrícola diversificado, repartido por 54% de floresta (dos quais 42% corresponde a sistema de montado), 20% de culturas temporárias de sequeiro e regadio, 14% de pastagens naturais, 7% de olival (sequeiro e regadio), 3% de matos, 1% de vinha e 1% de pomares. No Alentejo, estima-se que a área de regadio (público mais privado) deverá rondar os 10% da SAU. Desta área, o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva projeta irrigar 180 mil hectares. Os agricultores são agentes com a dupla responsabilidade de produzir alimentos para todos, e a de preservar o meio ambiente onde atuam, no exercício da sua profissão. A modernização da agricultura é um imperativo a que os agricultores do Alentejo têm respondido com eficiência, num processo contínuo de inovação, tendo em conta que o sul da Europa, Portugal e, em concreto, o Alentejo, se encontram particularmente vulneráveis aos impactos das alterações climáticas.”

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo e a Olivum dizem ainda que “os agricultores alentejanos têm vindo a apostar, entre muitas outras áreas, na cultura da oliveira irrigada por gota-a-gota, cuja área atual não ultrapassa os 70 mil hectares (cerca de 3% da SAU), e que é, ao contrário do que se faz crer, uma cultura com benefícios comprovados.”

“Constatando resistência à mudança, as estruturas representativas dos agricultores em geral e dos olivicultores em particular, refutam como incompreensíveis, injustas e falsas, certas declarações recentes sobre a agricultura atual. E exigem respeito pelo trabalho que desenvolvem. Os novos tempos exigem novos desafios e os agricultores estão na primeira linha da inovação. Têm demonstrado, enquanto fileira, uma extraordinária evolução e adoção de práticas exemplares, de produção e proteção do meio ambiente, implicados na contenção dos efeitos das alterações climáticas (…) E é precisamente com esta convicção, que convidamos todos aqueles que têm contribuído para a injusta onda de críticas a esta nova realidade agrícola, a virem ao terreno testemunhar com os seus próprios olhos o sucesso desta realidade agrícola que deve ser olhada como algo de muito positivo quer do ponto de vista agrícola, económico, social e ambiental”, rematam as organizações.

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Fonte: Vida Rural

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