«A E-FARM oferece transparência relativamente à condição técnica das máquinas»

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Uma das virtudes da internet é a revolução na forma como os negócios são feitos. Porém, negócios de material usado feitos remotamente e, muitas vezes realizados com desconhecidos, podem tornar-se grandes dores de cabeça, sobretudo quando a avaliação técnica de um equipamento pode exigir conhecimentos específicos. Neste contexto, a seguir aos bem sucedidos sites de máquinas agrícolas usadas que tornaram este mercado completamente globalizado, surge um sites de “segunda geração” o www.e-farm.com, que mais do que um serviço de “mural” de anúncios também participa no negócio dando certificações, e em breve garantias sobre material usado. Para conhecer um pouco melhor este site, que em breve se lança em Portugal, entrevistamos Francisco Rivera, CCO & Executivo de Vendas.

Entrevista: Ana Clara e Bernardo Madeira

Fotos: E-Farm

AGROTEC: Fale-me um pouco do contexto histórico da E-FARM, onde se posiciona hoje e que target abrange?

Francisco Rivera: A E-FARM foi fundada pelo Dr. Nicolas Lohr em 2015, juntamente com os co-fundadores Karsten Will e Lukas Jaworski. Conta com a empresa familiar Cremer, também localizada em Hamburgo, como investidor principal. O grupo Cremer foi fundando em 1946 e concentra à volta de 30 empresas (por exemplo, commodities agrícolas, produção de rações e logística) em mais de 50 países em todo o mundo. Hoje em dia, a E-FARM traba­lha com mais de 45 concessionários oficiais na Alemanha, Áustria, Polónia, França, Espanha, Itália e Reino Unido, ao nível da promoção e inspeção de tratores, ceifeiras-debulhadoras e picadoras de forragem. Mas esperamos iniciar, a curto prazo, a incorporação de equipamentos, como enfardadeiras e semeadoras.

AG: Comercializam online tratores e máqui­nas de colheita certificados e de concessio­nários oficiais. Trata-se, pois, de um selo de qualidade ímpar. É algo que vos distingue?

FR: Mais que um selo de qualidade, o que a E-FARM oferece é transparência relativamente à condição técnica das máquinas. Estamos cons­cientes de que a compra de equipamentos em segunda mão envolve um alto nível de risco, pelo que a E-FARM oferece desde logo apenas equipa­mentos que estejam em concessionários oficiais e também as nossas inspeções, as quais têm como objetivo diminuir ao máximo os riscos de com­prar um equipamento em segunda mão.

AG: Prestar serviços ao setor agrícola online tem sido uma tendência europeia e mun­dial. Quais as grandes barreiras e desafios do online que se colocam atualmente para quem trabalha no mundo agrícola?

FR: É uma boa pergunta. A agricultura em si é uma área com muitos riscos. A produção pode ser afetada pelo clima, pragas e o preço do mer­cado mundial, entre outros fatores. Isto faz com que toda a cadeia de valor da agricultura seja muito cautelosa na hora de experimentar novos produtos e serviços. É compreensível, para quê arriscar mais com coisas novas se se pode ter segurança ao recorrer ao familiar? No entanto, esta opção, por vezes, não é a mais barata e eficiente. Entendemos esta adaptação lenta às novidades como uma barreira, mas estamos a trabalhar exaustivamente para a superar. Quando a E-FARM nasceu foram apenas três os concessionários que quiseram trabalhar connosco. Hoje, já são mais de 45 em 7 países e cada mês incorporamos mais.

«Transparência nas inspeções e certificações»

AG: “Know more before you buy” é o lema do portal E-FARM. O que o site oferece de diferente em relação a outros portais de pes­quisa de tratores e máquinas usadas?

FR: Em primeiro lugar, mais transparência nas inspeções e certificações. Em segundo, ao contrário dos portais tradicionais, na E-FARM focamo-nos na execução da venda e por isso é que contamos com uma equipa internacional de vendas, que cobre neste momento 16 idiomas.

francisco rivera

AG: Como é feita a certificação das máquinas?

FR: A E-FARM desenvolveu um sistema de inspeção padrão para tratores nos primeiros três concessionários que aceitaram trabalhar connosco, os quais representam a Case IH, John Deere e Fendt. Além disso, as empre­sas de inspeção alemãs DEKRA (www.dekra. com) e TÜV NORD (www.tuv-nord.com) desempenharam um papel importante como avaliadores independentes e como usuários do protocolo. Assim que o protocolo foi aprovado por todas as partes, este foi adaptado para uma aplicação para dispositivos móveis, que fun­ciona com iPad e iPhone, facilitando o processo de inspeção, a sua transferência eletrónica e a sua tradução simultânea. Hoje em dia, quando um potencial cliente solicita e paga (299 euros) por esta inspeção para um trator dos nossos concessionários, nós organizamo-nos, seja com a DEKRA ou a TÜV NORD, para que estas enviem um inspetor para analisar o tra­tor em questão. O concessionário facilita ao inspetor um lugar adequado para a inspeção e as ferramentas necessárias (dinamómetro de TDF, manómetros e elevador hidráulico). Assim que a inspeção esteja terminada e tendo acesso a uma ligação à internet, o inspetor envia-nos o resultado, fotos e vídeos num abrir e fechar de olhos. Por isso, o cliente pode obter os resultados no mesmo dia através do seu computador ou telemóvel.

AG: Todas as máquinas que estão anuncia­das no site estão certificadas? Existem dife­rentes graus de certificação?

FR: A grande maioria das nossas máquinas estão prontas para ser inspecionadas. Depois dessas estão as máquinas que já tenham sido inspecionadas pelos mesmos concessioná­rios (selo de bronze) e depois, em número, as máquinas que tenham sido inspecionadas pela DEKRA ou pela TÜV NORD (selo de ouro).

(Continua)

Nota: Esta entrevista foi publicada na edição n.º 23 da Revista Agrotec.

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