Produtores de Maçã de Alcobaça querem integrar ‘Projeto Tejo’

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Foi na semana passada apresentado o ‘Projeto Tejo – Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste’, uma iniciativa que pretende ser uma referência ambiental e que quer criar “um novo Alqueva” no país. A Associação de Produtores de Maça de Alcobaça (APMA) vê o projeto com bons olhos e também quer um “mini Alqueva” na Região Oeste.

Jorge Soares, presidente da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, explicou à VIDA RURAL que “quando o projeto foi pensado a região do Oeste não estava contemplada, mas pensamos que este projeto devia assumir uma lógica nacional. Falámos com o responsável técnico, o eng. Jorge Fróis, e o Oeste acabou por ser integrado neste plano. A ideia é aproveitar a nascente do rio Maior, que desagua no Tejo, e inverter o processo, com a construção de um adutor que poderá assim abastecer a região Oeste. Embora a nossa área represente 20% dos 240 000 hectares de irrigação que o projeto abrange, como o tipo de rega no Oeste é muito eficiente, maioritariamente rega gota-a-gota, o consumo de água não deverá ultrapassar os 10/15% do total.”

Numa nota enviada às redações, a APMA sublinha que este é um projeto de “importância inigualável, estruturante para a atividade agrícola e dinâmica agroindustrial da região Oeste, concretamente para o futuro sustentável e duradouro dos principais produtos ícones da região”, como é o caso da Maçã de Alcobaça IGP e da Pera Rocha DOP.

A associação que representa os produtores de Maçã de Alcobaça diz também que tem agora a missão de “sensibilizar os presidentes dos municípios que integram a Intermunicipal do Oeste para disponibilizarem apoio e assumirem a liderança na defesa de um grande projeto hidroagrícola e único para a região, para o Oeste, desenhado e estruturado por grupo de personalidades ligadas às questões da água e da agricultura regional”.

A APMA acredita que o ‘Projeto Tejo’ permitirá “combater as principais ameaças deste sector e da produção de alimentos em Portugal, especificamente por contrariar as alterações climáticas, minimizar a desertificação agrícola, permitir regadio eficiente na Região Oeste, minimizar a agricultura de sequeiro ou de irrigação deficiente, e ainda permitir substituir a utilização de água de lençóis freáticos subterrâneos por lençóis de água mais facilmente renovável.”

“Trata-se ainda da possibilidade de valorização do território regional no seu todo, assim como potenciar a atividade económica de toda a região, da agricultura e da indústria ao turismo e consequentemente mais serviços, criar emprego duradouro e especializado e referenciar a região do Oeste como um polo de competitividade agrícola e frutícola da Europa”, acrescenta ainda a associação.

Os responsáveis pela iniciativa acreditam que este projeto transformará o Ribatejo em cerca de 240 000 hectares irrigados sobre pressão e cerca de 60 000 hectares a irrigar o Oeste sobre pressão, contra os atuais 17 000 hectares irrigados no Oeste.

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