Produtores agroflorestais reclamam apoios públicos para “montado mais resiliente”

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Realizou-se esta semana, no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, uma sessão dedicada à Gestão do Sobcoberto em Montado. António Gonçalves Ferreira, presidente da União da Floresta Mediterrânea (UNAC) foi um dos intervenientes e defendeu que “a manutenção da vitalidade [do montado]tem custos associados à adaptação às alterações climáticas para os quais há uma total ausência de apoios públicos.”

De acordo com a UNAC, “no atual contexto de variabilidade climática, períodos de maior carência hídrica como foi o ano de 2017, necessitam de montados com boa vitalidade para resistirem a tão forte stress. Alguns dos fatores mencionados que contribuem de forma positiva para a vitalidade são a salvaguarda do sistema radicular, optando por métodos de controlo da vegetação não destrutivos, como são o corta-matos, uma adequada gestão de pastagens que possibilite um aumento do teor do solo em matéria orgânica e o controlo da erosão, assim como o adequado pastoreio do gado em regime extensivo.”

António Gonçalves Ferreira lembrou que existem três fatores críticos relevantes para o subericultor: controlar o risco de incêndio sem mobilizar o solo e proteger a regeneração natural; controlar e corrigir os níveis de fertilidade do solo; e promover o uso múltiplo do sistema. Para além disso, o presidente da UNAC sublinhou que “ter um montado mais resiliente tem impactos em termos económicos num contexto de perda de produtividade que se tem verificado nas últimas décadas. A manutenção da vitalidade tem custos associados à adaptação às alterações climáticas para os quais há uma total ausência de apoios públicos.”

“Em 2017, apenas abriu um concurso do PDR2020 para apoiar a regeneração natural, deixando ao abandono centenas de milhares de hectares de montado onde urge agir. O investimento em montado de sobro é sempre um investimento cujo retorno de capital ocorre no longo prazo e são necessárias medidas de incentivo para que esse investimento, numa lógica de economia circular, volte ao montado e não se disperse noutros usos alternativos de diferente rentabilidade.”

“Após seis meses ainda não existe nenhuma aprovação e o Governo prepara-se para retirar 26 milhões de euros dos apoios aos Sistemas Agro-Silvo-Pastoris sob Montado e 17 milhões euros dos apoios às arborizações, o que é incompreensível face à importância do montado e à reafirmada aposta do Estado no apoio às florestas autóctones”, concluiu.

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