Produção nacional é cada vez mais segura

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II Edição do Fórum Smart Farm reuniu diversos especialistas para reforçar a importância de pôr a ciência a comunicar com o consumidor.

Dois oradores e seis comentadores estiveram presentes na Fundação Calouste Gulbenkian, no dia 18 de junho, para uma discussão conjunta com a indústria e a sociedade civil com o objetivo de clarificar alguns dos mais comuns “Mitos na Alimentação” e na produção de frutas e legumes.

A conclusão? Os alimentos produzidos nacionalmente, e que chegam diariamente a casa dos portugueses, são cada vez mais seguros, mas a ciência precisa de reforçar a sua comunicação com o consumidor.

Num encontro que reuniu diversos especialistas, Felisbela Campos, Presidente da ANIPLA, começou por referir que «numa altura em que o consumidor tem acesso a cada vez mais informação, urge refletir sobre o porquê de tantos mitos em torno da alimentação. Estará a ciência a combater devidamente as grandes doses de desinformação que todos os dias chegam a casa dos portugueses através dos media e redes sociais? Informações essas, geradoras de medos e inseguranças? Será suficiente dar a conhecer como se produzem os alimentos? E que impacto tem a forma como se produzem nas tendências de consumo? Será apenas isso que determina os principais mitos que se impõem? O uso de um produto fitofarmacêutico segue os mais exigentes critérios de segurança para o homem e ambiente: continuaremos a depender de um sistema que ignora a ciência, por conveniência ou simplesmente por desconhecimento?».

Uma questão seguida de perto por José Miguel Mulet, bioquímico e investigador na área da produção alimentar, que, pela 1ª vez em Portugal, quis desafiar todos os presentes a reconhecer alguns dos principais mitos na alimentação nos dias de hoje: «num tomate cherry, há mais tecnologia do que nos tablets e smartphones que trazemos connosco todos os dias. E é esta tecnologia que nos permite fazer algo que um tablet ou smartphone jamais poderá: comer! A comida é tecnologia, uma tecnologia absolutamente necessária. E se olharmos para a o que nos diz a história, conseguir comer nem sempre foi fácil. Hoje, o desafio é ainda maior: porque se há mais e melhores alimentos, há cada vez mais desinformação que a ciência e seus agentes têm de combater».

«O que não falta são mitos na alimentação: glúten, alimentos biológicos, dietas cetogénicas, lactose, dieta paleo, difícil é listá-los até ao fim. Mas há que perceber porque é que isto acontece: porque é que temos as provas de um lado, e do outro a maioria das pessoas a não acreditar? Resume-se a factos, evidências científicas e a uma comunicação onde a ciência tem de assumir um papel mais forte. Numa altura em que as dietas detox, do Ph e tantas outras se generalizam com base na desinformação, é urgente apelar à razão e à emoção, para chegar junto do consumidor e combater as verdades do google e outras plataformas», conclui Vitor Hugo Teixeira, Nutricionista e Doutorado em Nutrição Humana, que integrou o painel de especialistas convidados.

A segunda edição do Fórum terminou com um debate moderado por Isabel Martins e que contou com a participação de José Miguel Mulet, bioquímico, Vítor Hugo Teixeira, Nutricionista, Ana Filipa Claro, da Direcção Geral do Consumidor, João Veloso, Agricultor, Ondina Afonso, da SONAE MC e Presidente do Clube de Produtores Continente e Luís Antunes da ANIPLA.

Numa sociedade cada vez mais urbanizada, e com uma noção cada vez mais desfasada da realidade do mundo rural, reforçou-se a importância de promover informação coerente e consistente sobre a forma como os alimentos são produzidos e chegam à nossa mesa. O desafio? Comunicar de forma clara e apelativa para um consumidor que recebe cada vez mais informação, com e sem fundamento, propensa à propagação de mitos.

«As empresas, o sector agrícola, a ciência têm de estar onde está o consumidor: nas redes sociais, nas plataformas de discussão, nos fóruns e até nas universidades. A verdade dos factos tem de acompanhar os espaços de discussão do consumidor. Temos de desmistificar e assegurar de que o que comemos é seguro. O consumidor tem de saber disso pela voz de produtores, especialistas, empresas e cientistas, respondendo a um desafio crescente e que não ficará por aqui», concluiu Luís Antunes.

No encerramento da II Edição do Fórum Smart Farm, Mitos na Alimentação, António Lopes Dias, Diretor da ANIPLA reforça que «todos nós precisamos de agir e encontrar estratégias de marketing que nos permitam falar de forma próxima com o consumidor.As instituições e associações devem unir-se e criar uma plataforma que lhes permita comunicar em conjunto. A perceção está a tornar-se mais importante do que a realidade e esse é um paradigma que tem de ser alterado».

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Fonte: Agrotec

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