O Programa Nacional de Melhoramento Genético do Arroz – as primeiras variedades e o futuro

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Por: Ana Sofia Almeida1, Paula Marques2, António Jordão3, Pedro Marques4, Jorge Barbosa4, Cátia Silva2, José Coutinho1, Carla Brites1, Benvindo Maçãs1

1 Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, MAM

2 Centro Operativo e Tecnológico do Arroz – COTArroz

3 Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro

4 Aparroz – Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado

O Melhoramento genético é a ciência que desenvolve novas variedades através da criação de diversidade genética por recombinação de genes e seleção dirigida para características de interesse, recorrendo a técnicas e tecnologias especiais.

Esta atividade, na cultura do arroz, em Portugal, que decorria desde os anos 50 e era desenvolvida pelo INIAV, foi interrompida no final dos anos 80 e esteve suspensa durante quase 20 anos.

Consequentemente deixou de haver variedades portuguesas modernas de arroz e as que existiam foram ultrapassadas por variedades estrangeiras.

A investigação em melhoramento genético foi reiniciada em 2003 pelo INIAV e ITQB aos quais se juntaram, em 2006, o COTArroz e a DRAP Centro.

A partir de 2014, com o Projeto LUSARROZ, o qual foi financiado pela Medida da Cooperação para a Inovação do PRODER, deu-se início à avaliação agronómica e da qualidade tecnológica anual das linhas avançadas, que provêm do Programa de Melhoramento, nas 3 regiões portuguesas produtoras, contribuindo para o processo de seleção das futuras variedades de arroz.

O LUSARROZ, permitiu dar resposta a uma etapa importante do processo de Melhoramento Genético, que é a realização de ensaios multilocais, tendo viabilizado a criação da Rede de Ensaios de Adaptação de Arroz, consistindo em ensaios nos Vales do Tejo, Sado e Mondego.

De referir, ainda, que a existência do melhoramento genético nacional possibilita a criação de novas variedades ajustadas às condições agro-económicas do sistema de produção de arroz em Portugal e a disponibilização das mesmas aos agricultores nacionais.

Após mais de duas décadas e meia, em que os orizicultores portugueses, apenas tiveram à sua disposição para semear variedades estrangeiras, foram recentemente inscritas no Catálogo Nacional de Variedades duas variedades portuguesas de arroz.

A obtenção das duas novas variedades portuguesas resulta de um trabalho de investigação que vem sendo desenvolvido desde 2003.

Estas 2 variedades são um arroz carolino designado CERES e um arroz agulha designado MAÇARICO. Na campanha de 2017 foi possível produzir semente pré-base destas variedades e em 2018 esta semente será multiplicada, podendo vir a ser comercializada em 2019.

(Continua)

Nota: Artigo publicado na edição n.º 10 do Suplemento Grandes Culturas.

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