O futuro do abacateiro na Península Ibérica

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Por Iñaki Hormaza | Instituto de Hortofruticultura Subtropical y Mediterránea la Mayora, (IHSM-UMA-CSIC), Algarrobo-Costa, Málaga

A produção total de abacate no mundo ronda os 6 milhões de toneladas, sendo que a maioria está concentrada no continente americano.

O México é o maior produtor mundial, com mais de 2 milhões de toneladas, representando mais de 30% da produção mundial. O sul da Península Ibérica é um caso único no cultivo de abacateiro, já que é a única região da Europa continental com uma produção comercial significativa.

A produção está concentrada na costa mediterrânica da Andaluzia, especialmente nas províncias de Málaga e Granada, no Algarve (Portugal) e, em menor dimensão, nas províncias de Cádiz e Huelva e na Comunidade Valenciana.

Atualmente existem cerca de 1000 ha de abacateiro no Algarve e cerca de 10 000 na Espanha continental. O abacateiro (Persea americana Mill.) pertence à família das Lauráceas, que conta com 2850 espécies, distribuídas por 45 géneros, tanto de regiões tropicais como temperadas.

No abacateiro, originário da América Central, distinguem-se três raças ou subespécies (mexicana, guatemalteca e antilhana), cujas diferenças se baseiam fundamentalmente nas preferências ecológicas e nas características dos frutos.

As raças mexicana e guatemalteca estão adaptadas a climas menos quentes que a raça antilhana, típica dos climas tropicais.

A maioria das cultivares de abacateiro comerciais são híbridas e as mais cultivadas na Península Ibérica, como ‘Hass’, ‘Bacon’, ‘Reed’ ou ‘Fuerte’, são híbridos entre guatemaltecos e mexicanos.

O cultivo de abacateiro na Península Ibérica tem uma série de pontos fortes como a existência de um mercado consolidado, uma crescente procura mundial nos últimos anos, com preços
atrativos, a existência de um pacote tecnológico já disponível, a sua capacidade de adaptação a diferentes zonas edafoclimáticas, a existência de poucas pragas, a proximidade com o mercado europeu e a possibilidade de colheita da fruta durante vários meses do ano.

No entanto, esta cultura também enfrenta uma série de ameaças que seria importante ter em conta e resolver, para garantir a rentabilidade a médio/ longo prazo das novas plantações.

Assim, entre elas, podemos destacar:

A baixa produtividade do abacateiro

Este é um problema geral nesta cultura em que a percentagem de flores que dão origem a frutos é inferior a 0,15%. Trabalhos realizados no meu grupo de investigação
demonstram que essa baixa percentagem de frutificação se deve a fatores intrínsecos e extrínsecos à cultura. Entre os intrínsecos, o principal é o facto de que grande parte das flores não produz frutos, mesmo que sejam polinizadas, devido à baixa qualidade da flor. Para melhorar a qualidade da flor, recomenda-se uma adubação adequada durante os meses de inverno. Em relação aos fatores extrínsecos, o principal é a polinização. A necessidade de plantar árvores polinizadoras deve ser avaliada em cada caso [para a ‘Hass’ elas têm que ser variedades de tipo floral B (‘Fuerte’, ‘Ettinger’, ‘Bacon’, ‘Edranol’, ‘Zutano’)]bem como a presença de insetos polinizadores. A abelha é o inseto mais utilizado em todo o mundo, mas mesmo com mais de 20 colmeias por hectare, a percentagem de flores que recebem pólen é muito baixa, por isso é aconselhável aumentar a diversidade de insetos polinizadores através do uso adequado de coberturas vegetais.

(Continua)

Nota de Redação:

Artigo publicado na edição n.º 30 da Revista AGROTEC, no âmbito do Dossier As novas tendências da fruticultura.

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Fonte: Agrotec

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