Identificado surto de Mycobacterium caprae em coelhos

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Foi identificado em Espanha, pela primeira vez, um surto de Mycobacterium caprae em coelhos, uma doença rara nestes animais. A descoberta foi feita por um estudo no qual participou o Departamento de Saúde Animal de Neiker, em Espanha, que aconselha agora o setor da cunicultura a incluir a doença nos seus programas de vigilância e biossegurança.

De acordo com o departamento do país vizinho, a tuberculose animal “continua a ser uma preocupação do ponto de vista sanitário e económico”.

A tuberculose animal é uma doença epidémica e infeciosa que afeta bovinos e outras espécies de mamíferos, podendo também afetar o homem. O complexo Mycobacterium tuberculosis é constituído por várias espécies e subespécies com importância clínica humana e veterinária, entre as quais a Mycobacterium caprae.

A doença é espoletada, principalmente, pelas bactérias Mycobacterium bovis e Mycobacterium caprae, embora existam outras, e afeta uma grande variedade de espécies animais.

Como explicam os investigadores e o departamento no estudo, o coelho tem sido utilizado como espécie-modelo em estudos experimentais, mesmo sendo considerado pouco suscetível à infeção por essas micobactérias e, portanto, pouco capaz de participar da epidemiologia da tuberculose em condições naturais.

Como parte da investigação, o Departamento de Saúde Animal de Neiker recebeu uma coelha de uma quinta, localizada numa comunidade autónoma espanhola, com mil mães e dez mil coelhos em diferentes estágios de engorda, nos quais alguns animais apresentaram perda de peso progressiva e, finalmente, caquexia.

A análise anatomopatológica das lesões, das culturas microbiológicas e dos estudos moleculares realizados, possibilitou o diagnóstico da tuberculose, identificando o M. Caprae como agente causador. Posteriormente, a mesma doença foi confirmada em dez outros animais com sinais clínicos semelhantes.

Os resultados do teste IDR (Imunodifusão Radial Dupla) indicaram que a técnica é um bom indicador de infeção no coelho em condições de campo, uma vez que todas as mães que reagiram ao IDR, exceto uma, confirmaram tuberculose.

O órgão mais afetado, na maioria dos casos, foi o pulmão, o que sugere que a M. caprae poderá ter sido propagada pelo ar.

O genótipo da estirpe foi também detetado em bovinos e espécies selvagens da zona, mas a investigação epidemiológica realizada não permitiu determinar a origem do foco.

Conheça o estudo na íntegra aqui.

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Fonte: Vida Rural

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