Sabe como avaliar os diferentes meios de proteção contra Tuta absoluta?

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Este presente trabalho tem como abordagem central a análise de diferentes meios de proteção contra Tuta absoluta em 6 estufas comerciais de tomate na região Entre Douro e Minho.

O objetivo central deste trabalho foi analisar o comportamento de T. absoluta face a uma estratégia pré-definida de Motivos Campestres em 3 estufas comerciais de tomate: o NEA de mais de 15 larvas vivas e sãs em 30 plantas casualizadas aleatoriamente por semana; 3 armadilhas de captura em massa distribuídas ao longo da área de estudo e os produtos Econatur: 2 bioinseticidas baseados em extratos de plantas género Capsicum spp. e um inseticida com a bactéria entomopatogénica Bacillus thuringiensis. O segundo tema deste trabalho foi analisar quais os efeitos das formulações a que foram expostos determinados inimigos naturais.

A estratégia Motivos Campestres não apresentou diferenças significativas em relação à estratégia dos agricultores que lhes serviu de testemunhas apesar de apresentar maior presença de predadores e parasitóides nos períodos observados. Sobre o ponto de vista económico os produtos Econatur usados pelos agricultores do plano foram mais caros, mas a capacidade das embalagens perfaz mais tratamentos deste tipo do que as embalagens usadas pelas testemunhas. Por fim foi realizado um inquérito aos agricultores Motivos Campestres com o intuito de analisar qual a satisfação destes perante os produtos testados.

O que é a Tuta absoluta?

O lepidóptero Tuta absoluta (Meyrick), vulgarmente conhecido por traça-do-tomateiro, é um exemplo de uma nova espécie em Portugal. Esta espécie foi observada pela primeira vez em 2009 (Serra et al., 2009), tendo em 2010 sido registados estragos e prejuízos nos concelhos da Póvoa de Varzim e Esposende (Ramos, 2010).

Numa fase inicial esta espécie chegou a ser confundida com a larva-mineira (Liriomyza spp.) devido à semelhança das galerias nas folhas, mas rapidamente foi identificada como uma nova espécie invasora e ativados estudos sobre a sua bioecologia (Serra et al., 2009).

Atendendo a que os mercados estão cada vez mais exigentes, os produtores encontram-se obrigados a adotar medidas “mais amigas” do ambiente por questões de saúde pública, imposições de natureza legislativa e de cadernos de encargos da grande distribuição.

A produção hortícola pode sofrer graves prejuízos quando atacada por pragas ou doenças. Com esta perspetiva, a indústria fitofarmacêutica visa criar produtos que sejam eficazes na proteção contra os organismos responsáveis por prejuízos, sem pôr em causa os organismos auxiliares. Produtos à base de extratos de plantas podem resultar em alternativas viáveis, com intervalos de segurança de zero dias e nocividade nula para os auxiliares.

A conjugação de metodologias, como as armadilhas iscadas com feromonas sexuais, para a estimativa do risco para diferentes pragas e a disponibilidade de níveis económicos de ataque, para apoio à tomada de decisão sobre a indispensabilidade de intervir, auxiliam o agricultor, para que este não tenha de realizar tratamentos excessivos.

Paralelamente, ao salvaguardar a fauna auxiliar natural ou introduzida, esta torna-se uma mais-valia na proteção contra uma praga específica ou várias pragas através da ocorrência de fenómenos de parasitismo e predação no ecossistema.

Metodologia utilizada

A parte experimental do presente estudo decorreu em seis explorações de tomateiro em estufa, situadas nos concelhos de Póvoa de Varzim e Esposende, tendo como critério de seleção a mesma variedade de tomate (Anairis), área geográfica, período aproximado de transplantação e relatos de T. absoluta da campanha anterior. Nas estufas de três destes agricultores testaram-se os tratamentos em estudo (Agricultor A, B e C) enquanto outras três funcionaram como testemunha (Testemunha 1, 2 e 3).

Em cada estufa foi delineada uma área comum de estudo cerca de 400 m2 excluindo as linhas e plantas de bordadura, em todos os produtores para tratamentos e observação visual para recolha de dados nas 30 plantas casualizadas semanalmente e cada planta foi dividida imaginariamente em 3 estratos: estrato superior (ES), estrato médio (EM) e estrato inferior (EI).

Na área de estudo dos agricultores do plano A, B e C foram colocadas 1 armadilha do tipo delta para monitorização do voo dos machos de T. absoluta, 3 armadilhas de água para captura e massa (cada uma iscada com uma feromona de atração sexual); um NEA de 0,5 larva viva/planta nas 30 plantas casualizadas e observadas semanalmente. Sempre que o NEA era ultrapassado realizaram-se tratamentos com os produtos Bioscrop BT 16® (40 g), Naturscrop Forte® (35 ml) e Naturscrop Rot® (50 ml) para um equipamento de 16 L de capacidade.

Nas estufas das testemunhas foi apenas colocada 1 armadilha do tipo delta para monitorização do voo dos machos de T. absoluta e os tratamentos ficaram ao encargo do proprietário, tanto na altura de tratamento como na escolha das s.a. usadas.

Para verificar a eficácia dos tratamentos após 5 dias foram novamente contabilizadas 30 plantas casualizadas ao acaso e registado o número de larvas vivas nas testemunhas. No caso dos agricultores onde se ensaiaram as formulações de inseticidas botânicos, se ao 5.º dia após o tratamento a intensidade do ataque da praga não se tivesse reduzido para valores inferiores ao NEA repetia-se a amostragem ao 6.º dia após o tratamento. Se nesta amostragem a intensidade do ataque fosse inferior à correspondente ao NEA considerava-se que o tratamento tinha sido eficaz; caso contrário realizava-se novo tratamento e repetia-se o processo.

Paralelamente, na área de estudo foram colocadas armadilhas cromotrópicas (amarelas e azuis) durante dois períodos de oito dias por mês para identificação e quantificação de inimigos naturais importantes na limitação natural das diferentes pragas e registados os números destes artrópodes nas 30 plantas casualizadas. Tendo como objetivo analisar eventuais efeitos das formulações utilizadas na fauna auxiliar.

Para interpretação dos dados foi feita uma análise estatística onde se analisou a comparação entre Motivos Campestres (MC) e as Testemunhas: Análise de variância a um fator, considerando a semana de observação como bloco; Correlação entre as capturas nas armadilhas de tipo delta e as obtidas nas armadilhas de água (correlação de Spearman); ANOVA – comparação de estragos nos 3 estratos e Teste não paramétrico de Kruskall-Wallis para comparação de atratividade da cor das placas adesivas para auxiliares. Estas análises foram realizadas recorrendo-se ao programa IBM SPSS versão 21.

No final deste ensaio realizou-se, de forma presencial, um inquérito por questionário aos agricultores que realizaram os tratamentos com os produtos da Econatur promovidos pela Motivos Campestres.

Resultados

Comparação dos estratos verticais em relação a estragos de Tuta absoluta

Relativamente à comparação em diferentes estratos da planta de Tuta absoluta verificou-se maior número de galerias estrato superior (ES) (1,72 ± 0,05) e número de larvas estrato médio (EM) (0,26 ± 0,05). Estes resultados estão de acordo com as observações de Matos (2011) e Duarte (2013) sobre os estragos causados pelas larvas de T. absoluta em diferente estratos e/ou segmentos no tomateiro.

Duarte (2013) ao analisar o número de galerias feitas por larvas de T. absoluta em três estratos verticais da planta observou diferenças significativas entre o estrato superior e o estrato inferior. Já Matos (2011) também detetou diferenças significativas entre o terço superior e o segmento superior do terço médio nas plantas. Paralelamente também pode ser explicado por uma eventual preferência da praga por alguns estratos, desladroamento ou subavaliação e ovos no estrato superior.

Evolução das populações de Tuta absoluta e da intensidade de ataque

Numa análise preliminar de evolução da intensidade de ataque, da tomada de decisão e da aparente eficiência dos tratamentos efetuados quer nas estufas do plano de tratamentos MC quer nas estufas-testemunha apresenta-se, graficamente, a evolução das populações desta praga, medida pelo número de machos de T. absoluta capturados nas armadilhas delta e de água e pelo número de galerias nas folhas e frutos (estragos) e de larvas vivas observadas nas amostragens realizadas ao longo deste estudo (Fig. 1 a Fig. 6)

Eficácia dos produtos formulados à base de extratos vegetais no combate a Tuta absoluta

No conjunto dos oito tratamentos, os produtos Econatur apresentaram uma taxa de mortalidade média de 50,9% ± 8,1. Considera-se, no Brasil, que tratamentos efetuados em situações reais de campo serão eficazes se provocarem valores de mortalidade superiores a 80% (Gerdeman et al., 2011). Mas estudos realizados com Permetrina, Abamectina, Metamidofós e Cartpe foram considerados como baixa a moderada com taxas de mortalidade inferiores à obtida. Este fenómeno pode ser explicado por uma aplicação no tratamento deficiente, resistência por parte da praga e adjuvantes inadequados.

Para avaliar a eficiência dos tratamentos realizados pelos agricultores que seguiram a estratégia de tratamentos com os inseticidas botânicos, comparou-se o número de larvas vivas antes de cada tratamento (26,8 ± 2,3), depois do tratamento (13,1 ± 2,3) e o número de larvas e pupas antes (27,5 ± 2,6) e depois (13,4 ± 3,0) do tratamento. Analisando o antes e o depois dos tratamentos, quer para as larvas vivas e nas larvas mais as pupas, verificou-se uma diminuição por intervenção do tratamento.

Comparação entre as estratégias de Motivos Campestres (MC) e as testemunhas

Na comparação das estratégias, as testemunhas obtiveram em média um maior número de material biológico: larvas vivas (24,6 ± 4,2), pupas (1,4 ± 0,4) e número de adultos capturados (7,2 ± 1,2).

No que se refere ao número de larvas e pupas, verificaram-se diferenças significativas entre as duas estratégias (ANOVA um fator em blocos: F1,73 = 8,886; p = 0,004; g.l. = 1), com os agricultores da estratégia em avaliação (MC) a apresentarem valores inferiores.

Comparando o número de insetos capturados nas armadilhas de tipo delta verificaram-se diferenças significativas em função da estratégia (ANOVA um factor em blocos: F1,73 = 9,61; p = 0,003; g.l. = 1), apresentando as estufas dos agricultores que seguiram a estratégia testada menores valores de captura.

O número de frutos furados apresentou diferenças significativas para o tipo de estratégia seguida (F1,73 = 13,020; p = 0,001), com valores significativamente menores nos agricultores que seguiram a estratégia em estudo.

Assim, com base nestes resultados, a intensidade de ataque de T. absoluta nas folhas não foi diferente nas estufas MC e testemunha, mas nas primeiras houve menos estragos nos frutos e, nas várias observações, menos larvas vivas sobre as folhas apesar de não haver diferença na intensidade de ataque nas folhas. Esta discrepância pode ser justificada pelas alturas de tratamento não terem sido feitas nas condições ideais, as s.a. utilizadas (critério a cargo do proprietário), forma de aplicação e/ou práticas culturais.

Correlação entre as capturas nas armadilhas de tipo delta e as obtidas nas armadilhas de água (correlação de Spearman)

Verificou-se haver correlação moderada, mas significativa, entre o número de insetos capturados nas armadilhas do tipo delta e nas de água nos agricultores que seguiram a estratégia em avaliação (MC) (teste de Spearman ρ = 0,729; p = 0,002; N = 18). Analisando de forma independente, no caso do Agricultor A, a correlação foi forte e significativa (ρ = 0,729; p = 0,002; N = 18), no Agricultor B a correlação não foi significativa (ρ = 0,412; p = 0,113; N = 16) e o Agricultor C apresentou uma correlação moderada e significativa (ρ = 0,582; p = 0,029; N = 14), ou seja a correlação foi significativa e com valor de coeficiente mais elevado no caso das estufas com maior nível de capturas.

Artrópodes auxiliares

Neste estudo, foram observados e registados parasitóides e predadores que ocorreram de forma espontânea, ou seja, não introduzidos através de largadas, tanto nas armadilhas cromotrópicas como a visualização nas plantas (Quadro 1).

De uma forma geral, os insetos que mais se destacaram em todas as estufas foram mosca-tigre, sirfídeos e himenópteros do grupo Parasitica. Nas estufas MC tiveram mais expressão a mosca-tigre e os mirídeos (este último devido à enorme expressão no Agricultor C) e nas testemunhas a mosca-tigre, sirfídeos e himenópteros do grupo Parasitica. Relativamente aos agricultores cujo ano do estudo foi o primeiro ano de produção, comparativamente aos restantes, verifica-se uma menor presença de auxiliares.

Como se pode verificar, aparentemente, as áreas dos agricultores da estratégia MC apresentaram maior número de predadores e parasitóides quando comparados com os agricultores-testemunhas.

Quanto à visualização nas plantas só se verificou na testemunha 1 a presença de uma crisopa a 6 de agosto e no Agricultor C foi registada presença de mirídeos e crisopas (Quadro 2).

Teste não paramétrico de Kruskall-Wallis para comparação de atratividade da cor das placas adesivas para auxiliares

Assim, dado o número elevado de capturas nulas de alguns destes taxa em muitas das datas de observação e os valores reduzidos de capturas noutras destas datas, só se efetuou análise estatística de comparação de atração para as duas cores para os sirfídeos e mirídeos, por serem taxa para os quais, eventualmente, poderia haver diferenças estatísticas.

No caso dos sirfídeos verificaram-se diferenças significativas entre as duas cores de armadilha estudadas (teste de Wilcoxon: H = 7,168; p = 0,007; g.l. = 1; N = 146) tendo a cor azul sido mais atrativa, mas em relação aos mirídeos não se verificaram diferenças significativas (teste de Wilcoxon: H = 3,285; p = 0,070; g.l. = 1; N = 146) para níveis de significância de p = 0,05.

A atração dos sirfídeos pelas placas adesivas azuis é contraditória com o comportamento observado já que estes insetos em meio natural são atraídos por flores e pólen de tonalidade amarela, e que esta cor estimula o comportamento inato da extensão da probóscide num sirfídeo (Pinheiro, 2012).

Porém, é conhecida a atração destes insetos para placas adesivas de cor azul instaladas em culturas hortícolas (Figueiredo, com. pes.) apesar de os estudos encontrados na bibliografia serem contraditórios sobre a atração preferencial para o amarelo ou para o azul (Lissi, 2014). Quanto aos mirídeos não foi encontrada na bibliografia qualquer informação que relacionasse atração para cor amarela ou azul.

Análise económica – comparação do custo dos tratamentos

Segundo o técnico comercial da empresa Motivos Campestres, Lda. o custo de aquisição dos produtos da Econatur são: 37,92€ + IVA no caso de uma embalagem de 1 L de Naturscrop Forte®; 22,26€ + IVA no caso de uma embalagem de 1 kg de Bioscrop BT 16®; e 37,92€ + IVA no caso de uma embalagem de 1 L de Naturcrop Rot®, totalizando 98,10€ + IVA já que apenas uma embalagem de cada um destes produtos foi suficiente para todos os tratamentos de cada agricultor do plano Econatur.

A testemunha 1 realizou dois tratamentos com o produto Coragen® pelo que para as aplicações terá gastado 58,47€ (incluindo o IVA).

A Testemunha 2 realizou cinco tratamentos: dois tratamentos com o produto Affirm®, dois tratamentos com o produto Explicit WG® e um tratamento com o produto Coragen®, totalizando 129,72€ (IVA incluído).

A Testemunha 3 não realizou qualquer tratamento para o combate à T. absoluta.

Analisando os custos na aquisição dos produtos, o plano MC com os produtos Econatur foi mais caro do que o realizado por dois dos produtores, mas é importante realçar que o nível de estragos (n.º de frutos perfurados) foi menor, quando comparado com as testemunhas.

Figura 1 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 3 tratamentos realizados na estufa do Agricultor A

Figura 1 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 3 tratamentos realizados na estufa do Agricultor A
Figura 2 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 2 tratamentos na estufa do Agricultor B
Figura 2 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 2 tratamentos na estufa do Agricultor B
Figura 3 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 3 tratamentos na estufa do Agricultor C
Figura 3 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 3 tratamentos na estufa do Agricultor C
Figura 4 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e 2 tratamentos com s.a. Coragen® SC 200 g/L na estufa do Testemunha 1
Figura 4 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e 2 tratamentos com s.a. Coragen® SC 200 g/L na estufa do Testemunha 1
Figura 5 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 5 tratamentos na estufa do Testemunha 2. As s.a. Affirm® (Syngenta) (sob a forma de sal de benzoato) 0,85% (p/p) e Explicit WG® comercializado pela BASF WG 30 % (p/p) de indoxacarbe foram usadas em 2 tratamentos cada e por fim um tratamento com Coragen® comercializado pela Bayer suspensão concentrada (SC) com 200 g/L de clorantraniliprol
Figura 5 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 5 tratamentos na estufa do Testemunha 2. As s.a. Affirm® (Syngenta) (sob a forma de sal de benzoato) 0,85% (p/p) e Explicit WG® comercializado pela BASF WG 30 % (p/p) de indoxacarbe foram usadas em 2 tratamentos cada e por fim um tratamento com Coragen® comercializado pela Bayer suspensão concentrada (SC) com 200 g/L de clorantraniliprol
Figura 6 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória na estufa do Testemunha 3. Este tratamento não foi intencional para a Tuta absoluta Dipel® comercializado pelo Agroquisa em pó molhável (WP) com 3,2% de B. thuringiensis, estirpe kurstaki (serotipo 3A e 3B) teve alguma ação na traça-do-tomateiro
Figura 6 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória na estufa do Testemunha 3. Este tratamento não foi intencional para a Tuta absoluta Dipel® comercializado pelo Agroquisa em pó molhável (WP) com 3,2% de B. thuringiensis, estirpe kurstaki (serotipo 3A e 3B) teve alguma ação na traça-do-tomateiro
Figura 1 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 3 tratamentos realizados na estufa do Agricultor A
Figura 2 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 2 tratamentos na estufa do Agricultor B
Figura 3 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta e número médio de capturas diárias nas três armadilhas de água de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 3 tratamentos na estufa do Agricultor C
Figura 4 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e 2 tratamentos com s.a. Coragen® SC 200 g/L na estufa do Testemunha 1
Figura 5 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória e os 5 tratamentos na estufa do Testemunha 2. As s.a. Affirm® (Syngenta) (sob a forma de sal de benzoato) 0,85% (p/p) e Explicit WG® comercializado pela BASF WG 30 % (p/p) de indoxacarbe foram usadas em 2 tratamentos cada e por fim um tratamento com Coragen® comercializado pela Bayer suspensão concentrada (SC) com 200 g/L de clorantraniliprol
Figura 6 – Evolução do número de capturas diárias na armadilha delta de adultos de Tuta absoluta e estragos causados pelas larvas nas plantas de tomateiro medidos em número de galerias nas folhas e número de frutos com galerias em 30 plantas casualizadas semanalmente de forma aleatória na estufa do Testemunha 3. Este tratamento não foi intencional para a Tuta absoluta Dipel® comercializado pelo Agroquisa em pó molhável (WP) com 3,2% de B. thuringiensis, estirpe kurstaki (serotipo 3A e 3B) teve alguma ação na traça-do-tomateiro

Conclusão

A estratégia adotada pela Motivos Campestres, nomeadamente a definição do NEA com base na experiência dos agricultores do Oeste, a colocação de armadilhas de captura em massa (ou de água) como medida preventiva e a utilização dos produtos da Econatur quando se ultrapassou o NEA, apresentou diferenças significativas em relação às estratégias adotadas pelos agricultores que serviram de testemunha no que se refere à intensidade dos estragos nos frutos. Estes fundamentos poderão servir de base para uma recomendação técnica aos agricultores em estufas comerciais.

Os tratamentos com os produtos à base de extratos de pimenta e pimento, em associação com B. thuringiensis revelaram diminuir o número de larvas e de pupas sobre as plantas.

Verificou-se também que T. absoluta apresentou maiores estragos no estrato médio da planta e maiores populações de larvas nos estratos médio e superior, podendo esta informação conduzir à estratificação da amostragem na estimativa do risco se após futura investigação se obtiverem resultados consistentes.

Nas estufas em que a campanha em estudo se desenrolou durante o primeiro ano de produção destas estruturas (Agricultor B e Testemunha 3) observou-se intensidade de ataque de T. absoluta mais baixa e abundância e diversidade na fauna auxiliar inferior às das restantes estufas.

De uma forma geral os agricultores do plano MC mostraram-se satisfeitos com os resultados obtidos e revelaram interesse em adotar esta nova estratégia nas próximas campanhas.

Por fim, é importante sugerir estudos à Econatur sobre a eficácia dos produtos usados no plano, mas de forma individual, com o intuito de se perceber qual (quais) o(s) que atua(m) melhor sobre T. absoluta no sentido de baixar os custos com esta estratégia de proteção.

Abreviaturas, siglas, símbolos e acrónimos

Com. pes. – Comunicação pessoal

ES – Estrato Superior

EM – Estrato Médio

EI – Estrato Inferior

g.l. – Graus de liberdade

g – grama

IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

MC – Motivos Campestres

NEA – Nível Económico de Ataque

s.a. – substância ativa

Agradecimentos

Às minhas orientadoras: Prof.ª Laura Torres e Prof.ª Elisabete Figueiredo por todo o apoio, quer pessoal como profissional, na realização deste trabalho.

À Motivos Campestres: Eng.º Carlos do Carmo Cardoso e Dr.ª Sofia Cardoso pela proposta deste trabalho e pela disponibilização de todos os meios.

À C. A. Esposende: Eng.º Paulo Pilar, Eng.º Sérgio Novo e a todos os funcionários por ter disponibilizado o seu tempo e recursos naturais para a realização deste trabalho. Aos agricultores que participaram neste ensaio pelo seu tempo, espaço e dicas que ajudaram a delinear este trabalho.

Referências bibliográficas

Duarte, M., 2013. Novas pragas agrícolas na Ilha de S. Nicolau – Cabo Verde: Tuta absoluta (Meyrick) (Lep.: Gelechiidae) e Bactrocera invadens (Drew, Tsuruta & White) (Dipt.: Tephritidae). Dissertação de Mestrado. Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa. Disponivel na Internet via WWW. URL: https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/6473/1/tese%20-%20Melissa%20Duarte%20.pdf, Consultado a 18 de maio de 2014.

Gerdeman, B. S., Tanigoshi, L. K., Spitler, H., 2011. Cabbage Root Fly Control Strategies & Research in the Skagit Valley of Washington, WSU Mount Vernon Northwestern Washington Research & Extension Center, Washington State University, Disponivel na Internet via WWW URL: http://nwhortsoc.com/wp-content/uploads/2013/01/Beverlysmall.pdf, consultado a 8 de outubro de 2014.

Lissi, C.B., 2014. Estudo de cicadelídeos e entomofauna auxiliar em plantas de Rubus sp. com recurso a armadilhas adesivas cromotrópicas. Tese licenciatura em Biologia (projecto). Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior de Agronomia.

Matos, T., 2011. Evolução das populações de Tuta absoluta (Meyrick) e meios de protecção em ambiente empresarial vocacionado para exportação. Dissertação de Mestrado, Instituto Superior de Agronomia. Universidade Técnica de Lisboa. Disponível na Internet na via WWW URL: https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/3907. Consultado a 22 de maio de 2014.

Pinheiro, L. A. 2012. Incremento do sirfídeo fauna do olival: efeito da vegetação natural no fomento da proteção biológica contra pragas da cultura. Dissertação de Mestrado. Instituto Superior de Bragança. Disponível na Internet via WWW URL: https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/7933/1/TESE_MESTRADO_Lara_Pinheiro.pdf. Consultado a 21 de março de 2014.

Ramos, I., 2010. Impacto da Tuta absoluta na última campanha de tomate na região, In 4º Jornadas Técnicas de Horticultura, HORPOZIM, Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, 20 de novembro, 2010, 22pp.

Serra, C., Tavares, H., Cavaco, M., Soares, C., Fernandes, J. E., Ramos, N., Figueiredo, E., 2009. Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta), Uma nova praga em Portugal. Lisboa: Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Quadro 1 Quadro 2

Artigo publicado na edição de julho/agosto de 2015 da revista VIDA RURAL

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